ESTRESSE E DEPRESSÃO NO IDOSO: O PAPEL DO ESTRESSE OXIDATIVO ASSOCIADO A INFLAMAÇÃO CRÔNICA
O envelhecimento populacional é uma realidade em todo o mundo. Entretanto, viver mais não necessariamente significa viver de forma saudável. O aumento da expectativa de vida não foi acompanhado pelo aumento da expectativa de vida saudável principalmente nos países subdesenvolvidos como é o caso do Brasil. Doenças crônicas como as cardiovasculares e enfermidades neurodegenerativas, tem alta prevalência na população idosa. Ainda, veem aumentando também a prevalência dos transtornos psiquiátricos, em especial a depressão maior na população idosa. O envelhecer se constitui em um período de conflitos e mudanças tanto no aspecto fisiológico quanto no social, gerando estresse muitas vezes contínuo. No estresse crônico psico-ambiental ocorre liberação de cortisol, hormônio pró-inflamatório, quando continuamente liberado, que tem profundo impacto na homeostase e saúde corporal. Ou seja, ocorre ruptura da modulação circadiana do cortisol. Na verdade, tanto o estresse causado por agentes físicos quanto os causados por agentes psicológicos envolvem diferentes redes neurais e atividade celular. Uma vez que o estresse crônico psico-ambiental parece ativar estados de inflamação crônica, que por sua vez contribuem para a evolução da depressão maior. Estudos pressupõe que o estresse oxidativo teria um papel de grande relevância na associação inflamação- transtorno mental. Na inflamação crônica ocorre persistência da fase pró-inflamatória, em que ocorre destruição tecidual e produção de citocinas pró-inflamatórias induzidas por alguns fatores, que necessariamente não são patogênicos ou traumas mecânicos. Quando o sistema imune responde a presença de algum agente estressor ele se comunica como Sistema Nervoso Central via diversos mecanismos, incluindo citocinas sinalizadoras e ativação da inervação vagal, a exposição de indivíduos a agentes estressores psicoambientais desencadeiam respostas neuroinflamatórias (via micróglia) e inflamatórias sistêmicas relacionadas com transtornos psiquiátricos como a ansiedade e depressão. Assim, a exposição crônica ao estresse psicoambiental parece promover a neuroinflamação associada com transtornos psiquiátricos como a depressão maior. Fatores genéticos poderiam intervir nesta rota, incluindo um polimorfismo associado a enzima antioxidante superóxido dismutase 2, cujo estudo já demonstrou que haveria associação com maior risco de autopercepção de estresse psicoemocional e também depressão principalmente nos idosos.
ESTRESSE E DEPRESSÃO NO IDOSO: O PAPEL DO ESTRESSE OXIDATIVO ASSOCIADO A INFLAMAÇÃO CRÔNICA
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DOI: 10.22533/at.ed.6262112058
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Palavras-chave: Transtornos Psiquiátricos, Inflamação, Idoso
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Keywords: Psychiatric Disorders, Inflammation, Aged
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Abstract:
Population aging is a reality worldwide. However, living longer does not necessarily mean living healthily. The increase in life expectancy was not accompanied by an increase in healthy life expectancy, especially in underdeveloped countries such as Brazil. Chronic diseases such as cardiovascular and neurodegenerative diseases, have a high prevalence in the elderly population. Still, they also see an increase in the prevalence of psychiatric disorders, especially major depression in the elderly population. Aging is a period of conflicts and changes in both the physiological and social aspects, generating often continuous stress. In chronic psycho-environmental stress, cortisol, a pro-inflammatory hormone, is released when continuously released, which has a profound impact on homeostasis and body health. In other words, there is a rupture in the circadian modulation of cortisol. In fact, both the stress caused by physical agents and that caused by psychological agents involve different neural networks and cellular activity. Since chronic psycho-environmental stress seems to activate states of chronic inflammation, which in turn contribute to the evolution of major depression. Studies assume that oxidative stress would have a major role in the association between inflammation and mental disorder. In chronic inflammation, the pro-inflammatory phase persists, in which tissue destruction and the production of pro-inflammatory cytokines induced by some factors, which are not necessarily pathogenic or mechanical trauma. When the immune system responds to the presence of a stressor it communicates as a Central Nervous System via various mechanisms, including signaling cytokines and activation of vagal innervation, the exposure of individuals to psychoenvironmental stressors triggers related neuroinflammatory (microglia) and systemic inflammatory responses with psychiatric disorders such as anxiety and depression. Thus, chronic exposure to psycho-environmental stress seems to promote neuroinflammation associated with psychiatric disorders such as major depression. Genetic factors could intervene in this route, including a polymorphism associated with the antioxidant enzyme superoxide dismutase 2, whose study has already shown that there would be an association with a higher risk of self-perception of psycho-emotional stress and also depression, especially in the elderly.
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Número de páginas: 30
- Ivo Emilio da Cruz Jung
- Ivana B M da Cruz
- Joana Rosa Rodrigues
- Wellington Claudino Ferreira
- Barbara O. Turra
- Euler Esteves Ribeiro
- Thamara Graziela Flores
- Fernanda Barbisan