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Estimativa do câncer de boca no Brasil e sua relação com o cenário da estomatologia nos Centros de Especialidades Odontológicas

Objetivos: Analisar, de forma regionalizada, se há evidências que relacionem o cenário da estomatologia dos Centros de Especialidades Odontológicas (CEO) com a estimativa de diagnósticos de câncer de boca (CB) no Brasil. METODOLOGIA: Trata-se de uma revisão da literatura elaborada a partir do estudo descritivo, quantitativo, de caráter avaliativo que fez uma comparação entre os dados extraídos do 2º ciclo de avaliação do PMAQ-CEO realizado em 2018 e os dados da estimativa de incidência de câncer no Brasil, 2023-2025 do INCA. Resultados: São esperados mais de 45 mil casos de CB para o triênio 2023-2025. No tocante ao acesso à saúde no SUS, em todo o país existem cerca de 1.042 CEO(s). Na região Nordeste encontra-se a maior quantidade (40%), já na região Norte há pouco mais de 6% do total. Embora as regiões Sul e Sudeste possuam menos da metade do número total de CEOs do Brasil, estimam-se para essas regiões mais de 66% do total de novos casos de CB em 2023. Foram observadas disparidades entre as regiões do país na oferta dos serviços de estomatologia, o que pode interferir na celeridade de diagnósticos de CB. Em relação aos protocolos clínicos de encaminhamento entre a atenção básica (AB) e CEO, observou-se que o Norte e Nordeste apresentaram as menores frequências de protocolos clínicos implantados para a especialidade de estomatologia, enquanto que no Sudeste mais de 80% das unidades utilizam esses processos. Ademais, em relação a biópsia, na Região Norte apenas 62% dos CEOs fazem esse procedimento, enquanto que nas demais regiões esses percentuais ultrapassam os 80%. Não foram observadas disparidades regionais em relação à existência de referência para o exame anatomopatológico. Ainda nesse contexto, em relação às capacitações para a identificação do câncer de boca, apenas 41% das unidades da região norte receberam esse treinamento, em contrapartida nas regiões NE, CO e SE mais de 70% dos CEOs foram capacitados. Contribuindo para essa perspectiva, observou-se que no período de um ano, mais de um terço das unidades do norte tiveram os atendimentos suspensos por falta de insumos e instrumentos e mais da metade por falta de equipamentos funcionando adequadamente. Conclusão: Os serviços de estomatologia dos CEOs precisam ser mais acessíveis à população, sobretudo nas regiões menos favorecidas, haja vista que as neoplasias malignas em boca e lábios em sua maioria têm um prognóstico favorável quando diagnosticadas e tratadas de forma precoce.
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Estimativa do câncer de boca no Brasil e sua relação com o cenário da estomatologia nos Centros de Especialidades Odontológicas

  • DOI: https://doi.org/10.22533/at.ed.2182408031

  • Palavras-chave: Saúde Bucal; Neoplasias; Brasil

  • Keywords: Oral Health; Neoplasms; Brazil

  • Abstract: Objective: This study aims to conduct a regionalized analysis to investigate evidence linking the stomatology scenario of Dental Specialty Centers (CEO) with the estimated incidence of oral cancer (BC) diagnoses in Brazil. Methodology: A literature review was conducted as part of a descriptive, quantitative, evaluative study that involved comparing data from the 2nd evaluation cycle of the PMAQ-CEO conducted in 2018 with the estimated cancer incidence data in Brazil for the years 2023-2025 from the National Cancer Institute (INCA). Results: Projections indicate over 45 thousand cases of oral cancer for the period 2023-2025. With approximately 1,042 CEO facilities nationwide, the Northeast region hosts the majority (40%), whereas the North region contributes just over 6%. Despite the South and Southeast regions having less than half of the total number of CEOs in Brazil, they are anticipated to account for over 66% of new oral cancer cases in 2023. Regional variations in stomatology services provision were observed, potentially impacting the speed of oral cancer diagnoses. Disparities were noted in clinical referral protocols between primary care (AB) and CEO, with the North and Northeast having the lowest frequencies of implemented protocols, while over 80% of units in the Southeast employ such processes. Additionally, biopsy procedures varied, with only 62% of CEOs in the North Region undergoing this process compared to over 80% in other regions. However, no regional disparities were observed in having a reference for anatomopathological examination. Concerning training for oral cancer identification, only 41% of units in the northern region received this training, whereas over 70% of CEOs in the Northeast, Central-West, and Southeast regions underwent training. Furthermore, within one year, more than a third of units in the North experienced service suspensions due to lack of supplies and instruments, while over half faced disruptions due to malfunctioning equipment. Conclusion: To improve early detection and treatment outcomes, stomatology services provided by CEOs must be more accessible, particularly in less privileged regions. Addressing these regional disparities is crucial given the favorable prognosis associated with early diagnosis and treatment of malignant neoplasms in the mouth and lips.

  • Danilo Monteiro Falcão
  • Gustavo Pina Godoy
  • Raylane Farias de Albuquerque
  • Andressa Maria da Silva
  • Natália Beatriz Pereira Valentim
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