“Espírito branco em busca de almas negras” Colonialismo e missões católicas: conhecer para catequisar e dominar. Sul de Moçambique (final do século XIX )
A presença de missionários católicos nas terras de Moçambique data do século XVI, mas a grande corrida para salvar as almas negras, na linguagem dos próprios missionários, se deu nos finais do século XIX e nas primeiras décadas do século XX, no contexto do processo de roedura, da partilha e da efetiva colonização do continente africano. A partir das evidências apontadas em alguns relatórios missionários, nota-se que os africanos deveriam ser catequizados, principalmente, para retirá-los de seu estágio de “inferioridade” e transformá-los, através da fé, em homens e mulheres civilizados. Conquistar corpos e almas negras era a tarefa das muitas missões católicas e protestantes espalhadas pelo território de Moçambique. Salvar os africanos, segundo visões e imagens da época, de sua indolência, preguiça, de sua condição animalesca, de costumes pagãos e supersticiosos era o objetivo dos missionários não apenas católicos, mas, também, protestantes de várias nacionalidades. Procura-se, nesse texto, discutir, especificamente aspectos em torno das visões e representações que administradores, militares e missionários tinham sobre os “naturais da terra” de Moçambique. Era preciso conhecer para catequisar. Assim, foi o caso vivenciado pelo missionário católico Augusto Soares Pinheiro, no Sul de Moçambique, próximo à Lourenço Marques, da Missão de São José de L´hanguene, que em 1894, traçou como uma de suas metas para conquistar corpos e almas negras, fazer uma viagem para conhecer os africanos do reino de Maputo, sobretudo o rei Unguanazi (Ngwanase).
“Espírito branco em busca de almas negras” Colonialismo e missões católicas: conhecer para catequisar e dominar. Sul de Moçambique (final do século XIX )
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DOI: 10.22533/at.ed.4892114128
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Palavras-chave: África; Moçambique; Colonialismo; Cristianismo;
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Keywords: Africa; Mozambique; Colonialism; Christianity
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Abstract:
Não tem abstract.
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Número de páginas: 15
- DENILSON LESSA DOS SANTOS