ESCRITAS FEMININAS: INFÂNCIAS E JUVENTUDES VIVENCIADAS E RECRIADAS
A Condessa de Ségur, Louisa May Alcott e Maria Clarice Marinho Villac publicaram seus livros para crianças e jovens na França, Estados Unidos e Brasil, respectivamente, entre os séculos XIX e XX. Membros da aristocracia social e intelectual, tiveram uma vida familiar intensa, que as marcou até a vida adulta. Durante a infância aprenderam a ler e escrever e puderam aperfeiçoar esta habilidade para compor seus romances. Em suas narrativas emergem instituições sociais tais como a família, a escola/ educação e a igreja/ religião, trazendo os modelos de conduta considerados desejáveis tanto para os adultos, quanto para as crianças e jovens. A formação feminina se destaca nestas publicações, pois as protagonistas são todas meninas e jovens.
As trajetórias de vida das autoras são importantes para este trabalho, trazendo o diálogo entre suas experiências e as narrativas que tecem. A presença das instituições, tais como a família, a religião e a escola/ educação, permite compreender como estas mulheres encaravam a formação de crianças.
O conceito de instituição imaginária da sociedade, do filósofo Cornelius Castoriadis, auxilia nestas reflexões, ao permitir compreender que a realidade da sociedade é uma criação, condicionada pelos estratos naturais (as condições geográficas e biológicas), que levam à constituição de suas instituições. As instituições apresentadas pelas escritoras em seus romances, também estão presentes no imaginário social, as quais elas, por vezes, reforçam, ou até mesmo tecem suas críticas a respeito.
A Condessa de Ségur, Louisa May Alcott e Maria Clarice Marinho Villac, ao publicarem seus livros para os públicos infantil e juvenil, trazem este imaginário social à tona, indicando os caminhos para o que considerariam uma formação adequada. Tal imaginário social permanece até o presente século e está é uma das chaves para a compreensão do sucesso e constantes republicações destas obras até os dias de hoje.
ESCRITAS FEMININAS: INFÂNCIAS E JUVENTUDES VIVENCIADAS E RECRIADAS
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DOI: 10.22533/at.ed.09620271111
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Palavras-chave: História cultural, Literatura infantojuvenil, Escritoras, Instituição imaginária.
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Keywords: Cultural history, Children's literature, Writers, Imaginary institution.
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Abstract:
The Countess de Ségur, Louisa May Alcott and Maria Clarice Marinho Villac published their books for children and young people in France, the United States and Brazil, respectively, between the 19th and 20th centuries. Members of the social and intellectual aristocracy, had an intense family life, which marked them until adulthood. During childhood they learned to read and write and were able to perfect this ability to compose their novels. Social institutions such as family, school, education and church, religion emerge in their narratives, bringing the behavioral models considered desirable for both adults and children and young people. Women's education stands out in these publications, as the protagonists are all girls and young people.
The authors' life trajectories are important for this work, bringing a dialogue between their experiences and the narratives they weave. The presence of institutions, such as the family, religion and school / education, allows us to understand how these women viewed the formation of children.
The concept of imaginary institution of society, by the philosopher Cornelius Castoriadis, helps in these reflections, by allowing us to understand that the reality of society is a creation, conditioned by natural strata (geographical and biological conditions), which lead to the constitution of its institutions. The institutions presented by the writers in their novels are also present in the social imaginary, which they sometimes reinforce, or even make their criticisms about.
The Countess de Ségur, Louisa May Alcott and Maria Clarice Marinho Villac, when publishing their books for children and youth audiences, bring this social imaginary to the fore, indicating the paths for what they would consider appropriate training. Such social imagery remains until the present century and this is one of the keys to the understanding of the success and constant re-publications of these works until today
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Número de páginas: 15
- Priscila Kaufmann Corrêa