ESCRITAS DE SI: A ARTE DA EXISTÊNCIA GRAFADA EM AUTOBIOGRAFIAS, DIÁRIOS PESSOAIS E RELATOS DE VIAGENS FEMININOS.
Este trabalho faz alusão à tese
Maria do Carmo de Mello Rego: diário de uma
mulher viajantes do século XIX, a memória
perpetuada na palavra escrita (UNICAMP,
2018) e amplia a perspectiva recente de que
mulheres viajantes produtoras de literaturas
de viagens, memórias ou diários pessoais
eram inexistentes subsistindo, para muitos,
no campo da descrença. Apresenta as
autobiografias, os diários pessoais e relatos
de viagens, produzidos por mulheres viajantes
do século XIX, como significativas maneiras
de escritas de si na medida que trazem para
o diálogo os conflitos e as tensões vividas por
mulheres que se arriscavam pela escrita ao
criarem narrativas que contavam suas próprias
histórias, cartografando sua existência. Mostra
o quanto os relatos de viagem tornaram-se a
arte da existência e do exame de consciência
ao adentrarem no século XIX como uma
das formas de registro pessoal e de escrita
possíveis entre mulheres viajantes quando,
mesmo que clandestinamente, encerravam
em suas páginas, revelações íntimas de quem
os escrevia. Para tanto, apresenta fragmentos
do diário autobiográfico de Maria do Carmo.
Outrossim, traz para o centro do debate o papel
da História Cultural para a análise dos gêneros
denominados literaturas de viagens apontando
o quanto são eles reveladores de aspectos
do cotidiano de quem os escreve capazes
de ampliar a percepção de muitos outros
cotidianos, a partir do momento que promovem
a proximidade entre a História, a memória e
produção de discursos.
ESCRITAS DE SI: A ARTE DA EXISTÊNCIA GRAFADA EM AUTOBIOGRAFIAS, DIÁRIOS PESSOAIS E RELATOS DE VIAGENS FEMININOS.
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DOI: 10.22533/at.ed.0232011024
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Palavras-chave: literatura de viagens, mulheres viajantes, escritas de si
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Keywords: travel literature, women travelers, writings of themselves
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Abstract:
This work alludes to the thesis
Maria do Carmo de Mello Rego: diary of a
woman travelers of the nineteenth century,
the memory perpetuated in the written word
(UNICAMP, 2018) and expands the recent
perspective that women travelers produce
travel literature, memories or personal journals
were non-existent subsisting, for many, in the
field of disbelief. It presents autobiographies, personal journals, and travel accounts
produced by nineteenth-century traveling women as significant ways of self-writing
as they bring to the dialogue the conflicts and tensions experienced by women who
ventured into writing by creating narratives who told their own stories, mapping their
existence. It shows how much travel accounts have become the art of existence and
the examination of conscience as they entered the nineteenth century as one of the
forms of personal registration and writing possible among traveling women when, even
clandestinely, they enclosed in their pages, intimate revelations of who wrote them.
For that, it presents fragments of the autobiographical journals of Maria do Carmo. It
also brings to the center of the debate the role of Cultural History for the analysis of
genres called travel literatures, pointing out how much they are revealing aspects of
the daily life of those who write them, able to broaden the perception of many other
everyday life, from the moment which promote the proximity between history, memory,
and discourse production.
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Número de páginas: 17
- Maria Ester S. R. Sartori