ESCASSEZ DE RECURSOS E TOMADA DE DECISÃO NO ÂMBITO MICROALOCATIVO: REFLEXÕES SOBRE A FORMAÇÃO ACADÊMICA E A BIOÉTICA
A microalocação de recursos
é uma prática constante nas Unidades de
Pronto Atendimento, assim os profissionais
constantemente precisam priorizar pacientes.
Esta escolha envolve dilemas bioéticos,
morais e a necessidade de um preparo
acadêmico. Objetivou-se analisar as narrativas
de profissionais de saúde atuantes em uma
Unidade de Pronto Atendimento quanto
à formação acadêmica e bioética para a
tomada de decisão em situações de recursos
escassos. Estudo qualitativo realizado por
meio da entrevista narrativa em uma Unidade
de Pronto Atendimento em Belo Horizonte
MG. Participaram 25 profissionais de saúde. O
estudo foi aprovado pelos respectivos Comitês
de Ética e Pesquisa sob o parecer número
54212116.0.0000.5149. Na análise das práticas
discursivas dos profissionais foi possível
perceber ansiedade para a tomada de decisão,
conflitos morais em relação à microalocação
dos recursos e indefinição do que é bioética.
O conhecimento adquirido na graduação não
contemplou alternativas assistenciais em meio à
escassez de recursos refletindo diretamente na
maneira como ocorre a priorização de pacientes
em âmbito microalocativo na urgência. Utilizam
o Protocolo de Manchester para respaldar a
priorização do paciente na classificação de
risco, porém se sentem despreparados para
a realidade quando necessitam microalocar
recursos para pacientes em urgências com a mesma classificação. Concluímos que as
narrativas mostram fragilidade na formação acadêmica e bioética, para a priorização
de pacientes no âmbito microalocativo, sendo este processo aprendido durante a
prática assistencial.
ESCASSEZ DE RECURSOS E TOMADA DE DECISÃO NO ÂMBITO MICROALOCATIVO: REFLEXÕES SOBRE A FORMAÇÃO ACADÊMICA E A BIOÉTICA
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DOI: 10.22533/at.ed. 74419021011
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Palavras-chave: Tomada de decisões. Bioética. Alocação de recursos para atenção em saúde. Gestão de recursos. Serviço hospitalar de emergência.
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Keywords: Decision making. Bioethics. Allocation of resources for health care. Resource management. Emergency hospital service.
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Abstract:
Microallocation of resources is a constant practice in Emergency Care
Units, so professionals must constantly prioritize patients. This choice involves bioethical,
moral dilemmas and the need for academic preparation. The objective of this study
was to analyze the narratives of health professionals working in a Emergency Care
Unit regarding the academic and bioethical training for decision making in situations
of scarce resources. Qualitative study carried out through the narrative interview
at a Care Unit in Belo Horizonte MG. Twenty-five health professionals participated.
The study was approved by the respective Ethics and Research Committees under
opinion number 54212116.0.0000.5149. In the analysis of the discursive practices of
the professionals it was possible to perceive anxiety for the decision making, moral
conflicts in relation to the microallocation of the resources and lack of definition of what
is bioethics. The knowledge acquired in the undergraduate course did not contemplate
care alternatives in the midst of the scarcity of resources, directly reflecting the way
in which prioritization of patients in the microallocation field occurs in the emergency.
They use the Manchester Protocol to support patient prioritization in risk classification,
but they feel unprepared for reality when they need to microlocate resources to patients
in the same emergency room. We conclude that the narratives show fragility in the
academic and bioethical formation, for the prioritization of patients in the microalocative
scope, being this process learned during the practice of care.
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Número de páginas: 15
- Rafael Mendonça Ribeiro
- Shirlei Moreira da Costa Faria
- Sara Moura Martins
- Marina Lanari Fernandes
- Chirley Madureira Rodrigues
- Fátima Ferreira Roquete
- Karla Rona da Silva