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capa do ebook EPIDEMIOLOGIA OU INDÚSTRIA DE AUTISMO?

EPIDEMIOLOGIA OU INDÚSTRIA DE AUTISMO?

Este artigo segue o horizonte teórico de uma sociologia pública; orgânica (BUROWOY, 2009), que traz para a eira do diálogo, os sujeitos envolvidos na discussão. É assim, que como mãe de uma criança com diagnóstico de autismo, trago para este espaço de visibilidade acadêmica, a discussão dos efeitos da mudança do DSM-V e como essa alteração, em linha gerais, opera uma fagocitose diagnóstica que absorve características etiológicas dos transtornos mentais, comportamentais e cognitivos e, o dispõe sob um único “guarda-chuva” denominado de Transtorno do Espectro Autístico (TEA). Segundo Leda Bernardino (2010), essa definição reduziu o sofrimento psíquico a dimensões organicistas e a uma perspectiva de medicalização da existência, que abre espaços para o desenvolvimento de práticas experimentais e controversas, pois a mudança do DSM-V levou a produção de uma economia interpretativa e conceptual, que permitiu a emergência de paradigmas diversos, como o paradigma neurobiológico, que “fabricou especialista específicos” de um lado e de outro, um mercado consumidor de pais em busca de tratamento e “cura para o autismo” onde, movimento DAN e algumas práticas terapêuticas como MMS, ozônioterapia, câmara hiperbálicas, medicamentos ortomoleculares. Não tenho dados suficientes e não existem pesquisas ainda sobre os efeitos dessas novas terapias, por isso, o questionamento: Estamos lidando, com que os grupos e associações de pais e profissionais denominam na linguagem nativa de epidemia de autismo? Ou de fato estamos lidando com uma espécie de indústria do autismo? Uma vez que, qualquer alteração do desenvolvimento passou a ser passível de ser classificada como autismo. Assim, o objetivo desse trabalho, é construir uma análise compreensiva, a partir da perspectiva da sociologia da saúde, dos efeitos dessas mudanças e seus impactos na vida de familiares e de pessoas com TEA. Para tanto, adotei como método de pesquisa o interacionismo simbólico, realizado a partir de coleta de dados em quatro grupos locais de familiares de pessoa com autismo e com base nesses dados, construo algumas reflexões sobre os efeitos e perigos dessas práticas.

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EPIDEMIOLOGIA OU INDÚSTRIA DE AUTISMO?

  • DOI: 10.22533/at.ed.67422070217

  • Palavras-chave: Transtorno do Espectro Autista (TEA), DSM-V, Sociologia

  • Keywords: Autistic Spectrum Disorder (ASD), DSM-V, Sociology

  • Abstract:

    This article follows the theoretical horizon of a public sociology; organic (BUROWOY, 2009), which brings the subjects involved in the discussion to the threshold of dialogue. Thus, as the mother of a child diagnosed with autism, I bring to this space of academic visibility the discussion of the effects of the DSM-V change and how this change, in general terms, operates a diagnostic phagocytosis that absorbs etiological characteristics of the mental, behavioral and cognitive disorders and, it disposes it under a single “umbrella” called Autistic Spectrum Disorder (ASD). According to Leda Bernardino (2010), this definition reduced psychic suffering to organicist dimensions and to a perspective of medicalization of existence, which opens spaces for the development of experimental and controversial practices, as the change in the DSM-V led to the production of an economy interpretive and conceptual, which allowed the emergence of different paradigms, such as the neurobiological paradigm, which "manufactured specific specialists" on both sides, a consumer market of parents in search of treatment and "cure for autism" where, DAN movement and some therapeutic practices such as MMS, ozone therapy, hyperbalic chambers, orthomolecular drugs. I do not have enough data and there is no research yet on the effects of these new therapies, therefore, the question: Are we dealing with what groups and associations of parents and professionals call in native language the autism epidemic? Or are we in fact dealing with some kind of autism industry? Once, any developmental alteration became possible to be classified as autism. Thus, the objective of this work is to build a comprehensive analysis, from the perspective of the sociology of health, of the effects of these changes and their impacts on the lives of family members and people with ASD. For that, I adopted symbolic interactionism as a research method, carried out from data collection in four local groups of family members of people with autism and based on these data, I build some reflections on the effects and dangers of these practices.

  • Número de páginas: 14

  • Alcione do Socorro Andrade Costa
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