O trabalho infantil constitui um grave problema social e de saúde pública no Brasil, com impactos significativos no desenvolvimento físico, psicológico e educacional de crianças e adolescentes. Este estudo tem como objetivo analisar a epidemiologia e os fluxos de notificação de acidentes de trabalho infantil no Brasil, com ênfase no estado do Maranhão. Para isso, foram utilizados dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD) e do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), entre os anos de 2020 e 2024. Os resultados indicam que a maioria dos casos envolve adolescentes entre 16 e 17 anos, com predominância do sexo masculino e maior incidência na população negra. A relação entre trabalho infantil e evasão escolar também foi observada, evidenciando os desafios para a erradicação dessa prática. A baixa taxa de notificação compromete a implementação de políticas públicas eficazes e limita a adoção de medidas preventivas. A análise destaca a necessidade de políticas intersetoriais que integrem ações na saúde, educação e assistência social. A criação de estratégias para ampliação da fiscalização e fortalecimento das redes de proteção é essencial para reduzir os índices de trabalho infantil. Conclui-se que a erradicação dessa prática exige esforços contínuos do Estado e da sociedade, além da ampliação dos mecanismos de denúncia e combate ao trabalho infantil.