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capa do ebook EPIDEMIOLOGIA DA LEISHMANIOSE VISCERAL NO ESTADO DO PARÁ NO PERIODO 2008-2017

EPIDEMIOLOGIA DA LEISHMANIOSE VISCERAL NO ESTADO DO PARÁ NO PERIODO 2008-2017

A leishmaniose visceral (LV), causada por Leishmania (L.) infantum chagasi, é uma infecção negligenciada de alta incidência e ampla distribuição geográfica. No Brasil, até o século XX, a leishmaniose visceral se concentrava principalmente na região Nordeste do país. No entanto, esta parasitose vem apresentando uma expansão significativa em centros urbanos de quase todo território brasileiro, se apresentando como um grave problema de saúde pública. Nesse contexto, o Estado do Pará se apresenta como uma importante área de transmissão na região Norte do país. OBJETIVOS: Analisar o perfil epidemiológico da LV no Estado do Pará, no período de 2008 a 2017. MÉTODOS: Estudo epidemiológico, descritivo e retrospectivo, com coleta de dados obtidos do Sistema Nacional de Informação de Agravos de Notificação Compulsória (SINAN), associado à revisão de literatura nas bases de dados PUBMED, MedLine e SCIELO. RESULTADOS: No período analisado, o Estado do Pará apresentou a maior prevalência dos casos de LV entre os estados da região Norte, com 3.242 casos. Destes, 63,5% se concentram em três regiões de saúde, sendo a região de saúde de Tocantins a mais acometida (25,8 %), seguida das regiões de Araguaia (19%) e Metropolitana I (18,8%). No intervalo de 2008 a 2016, o número de casos manteve–se relativamente constante, com uma média de 318 notificações por ano. Entretanto, em 2017 houve um aumento significativo (555 casos), representado uma elevação de 74% sobre a média dos anos anteriores. Quando avaliado em detalhe o número total de casos, observa-se que a maior incidência é encontrada em indivíduos com até 10 anos de idade (47,8%), seguida pela faixa etária de pessoas em fase adulta (24%). Ademais, o sexo masculino é mais afetado pela doença, quando comparado ao sexo feminino (54,5 % e 45,5 %, respectivamente). CONCLUSÃO: Os dados sugerem que o aumento recente no número de casos de LV pode estar relacionado a uma deficiência das ações de vigilância do estado, no que diz respeito aos reservatórios caninos, aumento nas atividades de extração e mineração, além do desmatamento decorrente da construção de estradas, rodovias e expansão urbana. Reforçando a necessidade de intervenções por meio de políticas públicas voltadas para melhorar o desenvolvimento das regiões envolvidas, com ênfase na educação em saúde e controle de reservatório do parasito.

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EPIDEMIOLOGIA DA LEISHMANIOSE VISCERAL NO ESTADO DO PARÁ NO PERIODO 2008-2017

  • DOI: 10.22533/at.ed.02520160412

  • Palavras-chave: Leishmaniose Visceral; Epidemiologia e Vigilância Epidemiológica.

  • Keywords: Leishmaniasis Visceral; Epidemiology and Epidemiological Surveillance.

  • Abstract:

    Visceral leishmaniasis (VL), caused by Leishmania (L.) infantum chagasi, is a neglected infection of high incidence and wide geographic distribution. In Brazil, until the twentieth century, visceral leishmaniasis was mainly concentrated in   country. However, this parasitosis has been presenting a significant expansion in urban centers of almost all Brazilian territory, presenting itself as a serious public health problem. In this context, the State of Pará presents itself as an important transmission area in the northern region of the country. OBJECTIVES: To analyze the epidemiological profile of VL in the State of Pará, from 2008 to 2017. METHODS: A descriptive and retrospective epidemiological study, with data collection obtained from the National Compulsory Notification Disease Information System (SINAN), associated with literature review in the PUBMED, MedLineand SCIELO databases. RESULTS: In the period analyzed, the State of Pará presented the highest prevalence of VL cases among the states of the Northern region, with 3,242 cases. Of these, 63.5% are concentrated in three health regions, with the Tocantins health region being the most affected (25.8%), followed by Araguaia (19%) and Metropolitana I (18.8%). Between 2008 and 2016, the number of cases remained relatively constant, with an average of 318 notifications per year. However, in 2017 there was a significant increase (555 cases), representing a 74% increase over the average of previous years. When assessed in detail the total number of cases, it is observed that the highest incidence is found in individuals up to 10 years old (47.8%), followed by the age group of adults (24%). Moreover, males are more affected by the disease when compared to females (54.5% and 45.5%, respectively). CONCLUSION: The data suggest that there cent increase in the number of cases of VL may be related to a deficiency in state surveillance actions, regarding canine reservoirs, increased extraction and mining activities, and deforestation due to construction of roads, highways and urban sprawl. Those findings reinforce the need for interventions through public policies aimed at improving the development of the regions involved, with emphasis on health education and parasite reservoir control.

  • Número de páginas: 14

  • Sérgio Marcelo Rodriguez Málaga
  • Tatiane Rodrigues de Oliveira
  • Beatriz Oliveira da Cunha
  • Everton Batista da Silva
  • Áyzik Macedo Silva
  • RAFAEL REIS DO ESPÍRITO SANTOS
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