ENTRE QUERER E PODER: IDEOLOGIA E COMPORTAMENTO NO LEGISLATIVO BRASILEIRO
É de conhecimento dos cientistas políticos que as crenças, atitudes e
opiniões dos representantes do Parlamento são um fator determinante para a
qualidade de uma democracia (Dahl, 1971,1989). Parlamentares são atores
políticos relevantes os quais recebem da sociedade a tarefa de participar
diretamente dos processos políticos. Segundo Robert Dahl, o bom
desempenho das democracias guarda íntima relação com as atitudes e
opiniões desta elite de indivíduos, uma vez que estes possuem uma maior
capacidade de interferir nos processos políticos.
Nos últimos anos, principalmente a partir da implantação do projeto Elite
Parlamentares na América Latina (PELA), vários estudiosos têm se debruçado
sobre as visões e percepções dos parlamentares (Alcántara e Luna, 2004;
Rodriguez, 2006; Dias, 2006; Luna e Altman, 2011; Melo e Câmara 2012; Puigi
e Cué, 2006), estes estudos têm sido cruciais para captar e analisar a
percepção dos deputados a respeito de seu papel legislativo, bem como suas
crenças e atitudes. Ademais, estes estudos mostram-se importantes para
mapear as preferências parlamentares sobre diversos temas dentro de um
mesmo país (Rodriguez, 2006; Melo e Câmara 2012), ou comparar diversos
países em relação à apenas uma questão específica, por exemplo,
autoposicionamento ideológico dos deputados (Puigi e Cué, 2006).
Todavia, ainda são raros os estudos que buscam estabelecer ligações
diretas entre os achados sobre as percepções políticas dos deputados e seu
comportamento dentro da arena legislativa. Isto é, há poucos estudos sobre as
relações entre o que pensam e o que fazem os deputados. Para que se possa
avançar nesse sentido, uma discussão fundamental trata das questões da
ideologia e comportamento dos partidos brasileiros. O livro pretende
demonstrar como os dois fenômenos são claramente distinguíveis, tanto do
ponto de vista conceitual quanto empírico, e salientar como a incorreta
compreensão desta distinção prejudica a compreensão da lógica de atuação
parlamentar dos congressistas brasileiros.
ENTRE QUERER E PODER: IDEOLOGIA E COMPORTAMENTO NO LEGISLATIVO BRASILEIRO
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DOI: 10.22533/at.ed.393232202
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Palavras-chave: 1. Brasil. Congresso Nacional. Câmara dos Deputados. 2. Poder legislativo - Brasil. I. Melo, Rafael Câmara de. II. Título.
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Keywords: 1. Brasil. Congresso Nacional. Câmara dos Deputados. 2. Poder legislativo - Brasil. I. Melo, Rafael Câmara de. II. Título.
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Abstract:
É de conhecimento dos cientistas políticos que as crenças, atitudes e
opiniões dos representantes do Parlamento são um fator determinante para a
qualidade de uma democracia (Dahl, 1971,1989). Parlamentares são atores
políticos relevantes os quais recebem da sociedade a tarefa de participar
diretamente dos processos políticos. Segundo Robert Dahl, o bom
desempenho das democracias guarda íntima relação com as atitudes e
opiniões desta elite de indivíduos, uma vez que estes possuem uma maior
capacidade de interferir nos processos políticos.
Nos últimos anos, principalmente a partir da implantação do projeto Elite
Parlamentares na América Latina (PELA), vários estudiosos têm se debruçado
sobre as visões e percepções dos parlamentares (Alcántara e Luna, 2004;
Rodriguez, 2006; Dias, 2006; Luna e Altman, 2011; Melo e Câmara 2012; Puigi
e Cué, 2006), estes estudos têm sido cruciais para captar e analisar a
percepção dos deputados a respeito de seu papel legislativo, bem como suas
crenças e atitudes. Ademais, estes estudos mostram-se importantes para
mapear as preferências parlamentares sobre diversos temas dentro de um
mesmo país (Rodriguez, 2006; Melo e Câmara 2012), ou comparar diversos
países em relação à apenas uma questão específica, por exemplo,
autoposicionamento ideológico dos deputados (Puigi e Cué, 2006).
Todavia, ainda são raros os estudos que buscam estabelecer ligações
diretas entre os achados sobre as percepções políticas dos deputados e seu
comportamento dentro da arena legislativa. Isto é, há poucos estudos sobre as
relações entre o que pensam e o que fazem os deputados. Para que se possa
avançar nesse sentido, uma discussão fundamental trata das questões da
ideologia e comportamento dos partidos brasileiros. O livro pretende
demonstrar como os dois fenômenos são claramente distinguíveis, tanto do
ponto de vista conceitual quanto empírico, e salientar como a incorreta
compreensão desta distinção prejudica a compreensão da lógica de atuação
parlamentar dos congressistas brasileiros. -
Número de páginas: 56
- Rafael Câmara