ENSINO DE FILOSOFIA E O LUGAR SOCIAL DA MULHER NO MITO DE MEDEIA
O presente artigo propõe problematizar sobre a mulher na Grécia antiga a partir do mito de Medeia, presente na tragédia escrita por Eurípides. Para isso, optou-se por trabalhar com o mito analisado como um documento histórico e que possibilita problematizar a situação da mulher na Grécia antiga. Algumas indagações sobre quem é Medeia foram pertinentes: uma mulher má e vingativa? Uma mulher enlouquecida pela paixão e pela traição do homem que amava e por quem havia traído a família, assassinado seu irmão, levado à morte o rei de Iolcos? Ou seria vítima da loucura do desejo carnal e ambicioso de seu esposo? Ou, ainda, uma mulher marcada pelas questões sociais, históricas e culturais, sobretudo as relacionadas ao ser do sexo feminino na sociedade antiga? Em Medeia é possível observar a representação do sexo feminino livre das normas e regras impostas pela sociedade grega. A personagem é singular e, pelas atrocidades que comete, pode ser tida como louca e/ou vingativa, mas é uma fonte de reflexão social sobre a mulher no cenário da Grécia. Assim, tem se em Medeia características além da loucura e da maldição, a exemplo, de um olhar crítico para o ser feminino e as suas características a ela imputadas pelo patriarcado: ser dócil, mãe e retraída, que simbolizavam, perante as normas e a moral da época, a dignidade da mulher. Medeia pode ser interpretada como a busca de liberdade e autonomia, de um lugar para o “eu” do sujeito feminino que no seu contexto sócio histórico e cultural era atravessado pela exclusão e preconceito. Também pode ser observada a relação de poder, os interesses econômicos e sociais que influenciavam as relações familiares.
ENSINO DE FILOSOFIA E O LUGAR SOCIAL DA MULHER NO MITO DE MEDEIA
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DOI: 10.22533/at.ed.6402212054
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Palavras-chave: Ensino. Filosofia. Mito de Medeia. Mulher
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Keywords: Instruction. Philosophy. Myth of Medea. Woman.
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Abstract:
The present article proposes to problematize on the woman in ancient Greece from the myth Euripides' Medea. For this, we chose to work with the myth that is analyzed as a historical document that makes it possible to problematize the situation of women in ancient Greece. Some inquiries about who Medea were pertinent: a bad and vindictive woman? A woman maddened by the passion and betrayal of the man she loved, and by whom she had betrayed her family, murdered her brother, put to death the King of Iolcos? Or would she fall prey to the folly of her husband's carnal and ambitious desire? Or is it a woman marked by social, historical and cultural issues, especially those related to being female in ancient society? In Medea it is possible to observe the representation of the female sex free from the norms and rules imposed by the Greek society. The personage is singular that, by the atrocities that it commits, can be taken like crazy and / or vengeful, but it is a source of social reflection on the woman in the scene of Greece. Thus, in Medea, characteristic of madness and damnation, for example, a critical look at the feminine being and its characteristics created by the patriarchy, to be docile, mother and withdrawn, symbolized by the norms and morals of the time, the dignity of women. Medea can be interpreted with the search for freedom and autonomy, from a place for the "I" of the female subject that in its socio-historical and cultural context was crossed by exclusion and prejudice. Also, the relationship of power and the economic and social interests that influence family relationships can be observed.
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Número de páginas: 10
- Elce Nunes Nogueira da Costa e Nogueira
- Maria Filomena Rodrigues Teixeira
- Marcelo Máximo Purificação