Introdução: A endometriose é uma condição ginecológica crônica associada a significativa carga física e psicológica. Evidências sugerem uma forte relação bidirecional entre endometriose e depressão, mediada por dor, inflamação e alterações neuroendócrinas. Compreender essa interação é fundamental para o desenvolvimento de estratégias terapêuticas abrangentes. Objetivo: O objetivo desta revisão é analisar a literatura recente que explora a associação entre endometriose e depressão, com foco nos mecanismos biológicos, desfechos clínicos e perspectivas terapêuticas. Métodos: Foi realizada uma revisão narrativa com busca nas bases PubMed, Scopus, Web of Science, Biblioteca Cochrane e Google Acadêmico para artigos publicados nos últimos cinco anos. Foram incluídos estudos clínicos, experimentais, revisões sistemáticas e meta-análises que abordassem a associação entre endometriose e depressão. Excluíram-se artigos não escritos em inglês, relatos de caso e estudos com qualidade metodológica limitada. Resultados e Discussão: Os achados revelam que a dor pélvica crônica é o principal preditor de sintomas depressivos em mulheres com endometriose. Neuroinflamação, disfunção do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal e alterações em vias de neurotransmissores contribuem para o elo fisiopatológico. Tratamentos farmacológicos, intervenções cirúrgicas e terapias psicológicas podem influenciar tanto a dor quanto os desfechos em saúde mental. Entretanto, a heterogeneidade dos estudos limita conclusões definitivas. Conclusão: Endometriose e depressão são condições interligadas que demandam manejo multidisciplinar. A integração entre cuidados ginecológicos, psiquiátricos e psicológicos é essencial para melhorar a qualidade de vida e os desfechos terapêuticos das mulheres afetadas.