ENCARCERAMENTO FEMININO POR TRÁFICO DE DROGAS: MOTIVAÇÕES E DESDOBRAMENTOS
O Brasil é o quarto país no mundo que mais encarcera mulheres, contando com um contingente de 42.355 encarceradas. Em 2000, elas não passavam de 5.601, o que significa um aumento de 756,21% em 18 anos. Os dados mostram que ser mulher é absolutamente irrelevante para o sistema penitenciário. Dados da Infopen Mulheres (2018) revelam que apenas 7% dos estabelecimentos prisionais são voltados exclusivamente ao público feminino, o que não significa dizer que tenham sido pensados para abrigar mulheres. Em geral, são espaços criados para encarcerar homens, que foram (mal) adaptados para confinar mulheres. O tráfico de drogas representa 27% das prisões no País, conforme o Infopen (2014), no entanto, a taxa de encarceramento feminino por este crime corresponde a 62% das prisões. O perfil geral dessas mulheres presas é bem definido, como afirma Boiteux (2014). Metade das presas se encontra na faixa etária de 18 a 30 anos. A grande maioria possui baixa escolaridade, são em regra, mães, sendo que um terço delas possui ensino fundamental incompleto (11.958) e cumprem pena de 4 a 8 anos (5.535). O presente artigo pretende abordar os nuances deste fenômeno, desde a maior incriminação feminina por tráfico quanto por suas possíveis motivações e desdobramentos dessa criminalização.
ENCARCERAMENTO FEMININO POR TRÁFICO DE DROGAS: MOTIVAÇÕES E DESDOBRAMENTOS
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Palavras-chave: Prisão feminina, Violência, Tráfico de drogas.
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Keywords: Female prision, Violence, Drug trafficking.
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Abstract:
Brazil is the fourth country in the world that most imprisoned women, counting on a contingent of 42,355 womans locked. In 2000, they weren’t more than 5,601, it means an increase of 756.21% in 18 years. That increase means that the number of women prisoners who have their children in prison is getting bigger each year. Data show that being a woman in prision is absolutely irrelevant to the penitentiary system. Data from Infopen Women (2014) show that only 7% of prisons are exclusively for female people, but not made for womans. In their entirety are spaces created to imprison men, who were badly adapted to confine women. Drug trafficking accounts for 27% of prisons in Brazil, according to Infopen (2014), however in the female prison this crime corresponds 62% of prisons. The profile of these women prisoners is properly defined, teaches Boiteux (2014), half of the womans in prision is in the age range of 18 to 30 years. Majority have low levels of education, usually be mothers, with one third having incomplete elementary education (11,958) and serving a sentence of 4 to 8 years (5,535).This article pretends discuss this phenomenon nuances, note the increase of female criminalization and point potential motivations and consequences of female prisions because drugs trafficking.
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Número de páginas: 15
- Isael José Santana
- Nathália Blockwitz Vasone