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capa do ebook Electra e a importância da mitologia clássica

Electra e a importância da mitologia clássica

É sobejamente conhecido o papel da Grécia Antiga como berço da civilização ocidental, e o mito é uma das suas construções, e de grande importância para a compreensão de diversos fenómenos.

O relevo dos mitos é de tal maneira significativo que estes se tornaram numa referência para muitos dos acontecimentos da atualidade. Não é por acaso que “o passado de nossa cultura ocidental tem a Grécia como referência”. É impossível não constatar que em muito do que nos rodeia há uma “claríssima referência à Grécia, cuja mitologia não cessa de atrair-nos.” Os clássicos estão mais vivos do que nunca.

A figura do mito trágico de Electra, apesar da sua importância, aparece muitas vezes relegada para um plano secundário se a compararmos com o seu par simétrico, Édipo. Uma questão de género?

A modernidade acrescentou ou realçou aspetos psicanalíticos que este mito parecia encobrir. E assim, Jung, o grande discípulo de Freud, em pleno século XX, interpreta Electra como o complexo que “viria a ser o correspondente feminino do Complexo de Édipo”

Personagem singular no campo trágico, condensa em si uma forte carga emocional que sobrevoa o espírito e a nebulosa vida desta personagem. Electra passa assim toda a sua juventude a planear a morte da mãe para vingar o assassinato do pai.

Electra é uma tragédia composta por oito personagens, quatro são femininas, sendo de destacar que a protagonista e o coro pertencem a esse género, ou seja, as duas personagens mais importantes nas tragédias gregas, a primeira por uma razão evidente de sumo relevo, a segunda porque o coro está sempre associado ao bom senso, à ponderação e à razoabilidade.

É muito raro nas tragédias gregas esse papel ser atribuído ao género feminino, dado o falocentrismo da sociedade grega antiga.

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Electra e a importância da mitologia clássica

  • DOI: 10.22533/at.ed.3362106054

  • Palavras-chave: Electra, Cultura Clássica, Género Feminino, Personagem Feminina, Psicanálise.

  • Keywords: Electra, Classical Culture, Female Gender, Female Character, Psychoanalysis.

  • Abstract:

    The role of Ancient Greece as the birthplace of Western civilization is well known, and myth is one of its constructions, and of great importance for the understanding of various phenomena.

    The relevance of myths is so significant that they have become a reference for many of today's events. It is no accident that “the past of our Western culture has Greece as a reference”. It is impossible not to notice that in much of what surrounds us there is a “very clear reference to Greece, whose mythology never ceases to attract us.” The classics are more alive than ever.

    The figure of Electra's tragic myth, despite its importance, often appears relegated to a secondary plane if we compare it with its symmetrical pair, Edipo. A gender issue?

    Modernity has added or highlighted psychoanalytic aspects that this myth seemed to cover up. And so, Jung, Freud's great disciple, in the middle of the 20th century, interprets Electra as the complex that “would become the female correspondent of the Edipo Complex”

    A singular character in the tragic field, he condenses a strong emotional charge that flies over the spirit and the nebulous life of this character. Electra thus spends all her youth planning her mother's death to avenge her father's murder.

    Electra is a tragedy composed of eight characters, four of which are female, and it should be noted that the protagonist and the choir belong to that gender, that is, the two most important characters in the Greek tragedies, the first for an evident reason of great notoriety, the second, because the choir is always associated with common sense, reasoning and reasonableness.

    It is very rare in Greek tragedies that this role is attributed to the female gender, given the phallocentrism of ancient Greek society.

  • Número de páginas: 19

  • Rui Pires
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