Artigo - Atena Editora

Artigo

Baixe agora

Livros

EFEITOS DO ESTRESSE SALINO SOBRE ESPÉCIES DE PASSIFLORA L. PROPAGADAS POR SEMENTES E ESTACAS: RESPOSTAS MORFOFISIOLÓGICAS E ANATÔMICAS

A salinidade da água e do solo constitui um dos principais fatores limitantes ao crescimento e desenvolvimento vegetal em regiões semiáridas, afetando especialmente culturas sensíveis como as espécies do gênero Passiflora L.. Com este estudo objetivou-se avaliar os efeitos do estresse salino sobre parâmetros biométricos, fisiológicos e anatômicos em três espécies de maracujazeiro (Passiflora edulis, P. gibertii e P. cincinnata), propagadas por sementes e estacas, visando elucidar os mecanismos de tolerância e fornecer subsídios técnicos para o cultivo em ambientes salinizados. O experimento foi conduzido em casa de vegetação com delineamento inteiramente casualizado, em esquema fatorial 3 x 5 x 2 (espécie × níveis de salinidade da água de irrigação × método de propagação), com quatro repetições. Os tratamentos consistiram em cinco níveis de condutividade elétrica da água de irrigação (0,3; 1,8; 3,3; 4,8 e 6,3 dS m⁻¹). Avaliaram-se variáveis biométricas (altura, massa seca, número de folhas, diâmetro de caule, volume e comprimento radicular), fisiológicas (clorofila total, condutância estomática, consumo hídrico) e anatômicas (espessuras de tecidos foliares e radiculares, organização dos feixes vasculares, presença de estruturas de defesa). Os resultados indicaram que o aumento da salinidade reduziu significativamente o crescimento das mudas, com maior sensibilidade nas plantas propagadas por sementes. P. edulis apresentou maiores acúmulos de biomassa e teores de clorofila, mas também mostrou as alterações anatômicas mais severas, como desorganização da nervura central, maior espessura do parênquima paliçádico e deposição de cristais de oxalato de cálcio. As espécies silvestres P. gibertii e P. cincinnata exibiram menor impacto morfofisiológico e anatômico, sendo observada a presença de tricomas e drusas na região floemática, sugerindo mecanismos adaptativos à salinidade. As mudas propagadas por estacas apresentaram melhor desempenho geral em condições salinas, com maior vigor vegetativo, maior eficiência no uso da água e menores danos anatômicos. As alterações estruturais em tecidos foliares e radiculares evidenciam estratégias morfoanatômicas de adaptação ao estresse salino. Tais informações reforçam a importância da escolha adequada da espécie e do método de propagação como estratégia de mitigação dos efeitos da salinidade, com destaque para a utilização de estacas de P. gibertii e P. cincinnata em programas de produção de mudas para regiões semiáridas.
Ler mais

EFEITOS DO ESTRESSE SALINO SOBRE ESPÉCIES DE PASSIFLORA L. PROPAGADAS POR SEMENTES E ESTACAS: RESPOSTAS MORFOFISIOLÓGICAS E ANATÔMICAS

  • DOI: https://doi.org/10.22533/at.ed.1232517101

  • Palavras-chave: Cloreto de sódio, maracujazeiro, propagação, salinidade da água de irrigação, tolerância a salinidade.

  • Keywords: Sodium chloride, passion fruit; propagation; irrigation water salinity; salinity tolerance.

  • Abstract: Soil and water salinity is one of the main limiting factors for plant growth and development in semi-arid regions, significantly affecting salt-sensitive crops such as species of the genus Passiflora L.. This study aimed to evaluate the effects of salt stress on biometric, physiological, and anatomical parameters in three passion fruit species (Passiflora edulis, P. gibertii, and P. cincinnata), propagated by seeds and cuttings, in order to elucidate salt tolerance mechanisms and provide technical support for cultivation under saline conditions. The experiment was conducted in a greenhouse under a completely randomized design in a 3 x 5 x 2 factorial scheme (species × salinity levels of irrigation water × propagation method), with four replications. Treatments consisted of five electrical conductivity levels of irrigation water (0.3, 1.8, 3.3, 4.8, and 6.3 dS m⁻¹). The evaluated variables included biometric traits (plant height, dry mass, number of leaves, stem diameter, root volume and length), physiological traits (total chlorophyll content, stomatal conductance, total water consumption), and anatomical traits (leaf and root tissue thickness, vascular bundle organization, and presence of defense structures). Results showed that increasing salinity levels significantly reduced seedling growth, with greater sensitivity observed in seed-propagated plants. P. edulis exhibited higher biomass accumulation and chlorophyll content, but also showed the most severe anatomical changes, such as midrib disorganization, increased palisade parenchyma thickness, and calcium oxalate crystal deposition. The wild species P. gibertii and P. cincinnata showed less morphophysiological and anatomical damage, including the presence of trichomes and druses in the phloem region, indicating adaptive responses to salinity. Seedlings propagated by cuttings demonstrated better overall performance under salt stress, with greater vegetative vigor, more efficient water use, and fewer anatomical injuries. Structural changes in leaf and root tissues reflect morphoanatomical strategies for salt stress adaptation. These findings emphasize the importance of selecting appropriate species and propagation methods as mitigation strategies for salinity effects. In this context, the use of cuttings from P. gibertii and P. cincinnata is recommended in seedling production programs targeted at semi-arid environments.

  • Regiana dos Santos Moura
  • Rezanio Martins Carvalho
  • João Carlos Rocha dos Anjos
  • Jordânia Medeiros Soares
  • José Gil dos Anjos Neto
  • Risoneide de Cássia Zeferino Silva
  • Eudinete Ribeiro de Sousa
  • Luana Maria Alves da Silva
  • Djavan Pinheiro Santos
Fale conosco Whatsapp