Artigo - Atena Editora

Artigo

Baixe agora

Livros

EFEITO IN VITRO DO GUARANÁ (Paullinia cupana, Mart) NA PROTEÇÃO DE CÉLULAS NEURAIS SH-SY5Y EXPOSTAS AO METILMERCÚRIO

RESUMO  A exposição ao metilmercúrio (MeHg) tem sido associada a neurotoxicidade em diversas populações humanas, inclusive pela sua genotoxicidade (Danos ao DNA). Entretanto, populações amazônicas ribeirinhas que têm sido cronicamente expostas a níveis elevados de MeHg causados pelo garimpo do ouro e prata e pelo desmatamento não apresentam efeitos neurotóxicos, evidentes em outras populações expostas a concentrações elevadas de MeHg, como a população de Minamata (Japão) onde uma empresa de produção de PVC descartou na Baía de Minamata resíduos contendo mercúrio contaminando peixes e frutos do mar, principal fonte de alimento para a população local. A contaminação por mercúrio causou doenças neurológicas graves em muitos habitantes de Minamata. Uma hipótese para explicar estes resultados seria a dieta rica em antioxidantes encontrados nos frutos da Amazônia. Estudos prévios sugeriram que o guaraná tem efeito antioxidante, antiiflamatório e genoprotetor a exposição de diversos agentes poluentes ambientais. Assim, diante deste contexto, nosso objetivo foi avaliar se o guaraná teria efeito genoprotetor em células neurais SH-SY5Y expostas ao MeHg. Para conduzir este estudo as células foram obtidas comercialmente, cultivadas em condições estéreis e padronizadas.  Primeiramente expostas a concentrações de 0,1-0,3-0,5-0,7- 1 μM de MeHg e posteriormente a concentrações de 1- 5- 10-30-70-100 ug/mL​ do extrato hidroalcoólico de guaraná. A taxa de proliferação celular em culturas de 72h foi avaliada, bem como o efeito no DNA foi analisado através de dois testes: o ensaio DNA Cometa e a quantificação dos níveis de 8-deoxiguanosina por teste imunoenzimático ELISA. Os resultados mostraram que o guaraná foi capaz de reverter parcialmente o dano de DNA causado pela exposição a 5μM de MeHg nos dois ensaios de genotoxicidade utilizados. O conjunto destes resultados sugere que o guaraná poderia contribuir para diminuir o efeito neurotóxico causado pela exposição crônica ao MeHg das populações ribeirinhas do Amazonas.
Ler mais

EFEITO IN VITRO DO GUARANÁ (Paullinia cupana, Mart) NA PROTEÇÃO DE CÉLULAS NEURAIS SH-SY5Y EXPOSTAS AO METILMERCÚRIO

  • DOI: https://doi.org/10.22533/at.ed.0062415023

  • Palavras-chave: neurotoxicidade, mercúrio, genotoxicidade, frutos amazônicos

  • Keywords: neurotoxicity, genotoxicity, Mercury, Amazonian fruits

  • Abstract: ABSTRACT  Exposure to methylmercury (MeHg) has been associated with neurotoxicity in various human populations, including genotoxicity (DNA damage). However, Amazonian riverside populations that have been chronically exposed to high levels of MeHg caused by gold and silver mining and deforestation do not show neurotoxic effects, which are evident in other populations exposed to high concentrations of MeHg, such as the population of Minamata (Japan) where a PVC production company dumped mercury-containing waste into Minamata Bay, contaminating fish and seafood, the main source of food for the local population. The mercury contamination caused serious neurological illnesses in many of Minamata's inhabitants. One hypothesis to explain these results would be the diet rich in antioxidants found in Amazonian fruits. Previous studies have suggested that guarana has antioxidant, anti-flammatory and genoprotective effects against exposure to various environmental pollutants. In this context, our aim was to assess whether guarana has a genoprotective effect on SH-SY5Y neural cells exposed to MeHg. To conduct this study, the cells were obtained commercially and cultured under sterile and standardized conditions.  They were first exposed to concentrations of 0.1-0.3-0.5-0.7- 1 μM of MeHg and then to concentrations of 1- 5- 10-30-70-100 ug/mL of the hydroalcoholic extract of guarana. The rate of cell proliferation in 72-hour cultures was assessed, and the effect on DNA was analyzed using two tests: the DNA Comet assay and the quantification of 8-deoxyguanosine levels by ELISA. The results showed that guarana was able to partially reverse the DNA damage caused by exposure to 5μM of MeHg in the two genotoxicity tests used. These results together suggest that guarana could contribute to reducing the neurotoxic effect caused by chronic exposure to MeHg in the riverside populations of Amazonas. 

  • Juliane Santiago Sasso
  • Suziane da Cruz
  • Verônica Farina Azzolin
  • Fernanda Barbisan
  • Ivana Beatrice Mânica da Cruz
  • Euler Esteves Ribeiro
  • Fernanda dos Santos Trombini
  • Marcos Francisco Simon
  • Cindhy Suely Da Silva Medeiros
Fale conosco Whatsapp