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EFEITO DO TREINAMENTO AERÓBIO E EXPOSIÇÃO AO CALOR SOBRE A FUNÇÃO CARDÍACA

Introdução: O treinamento aeróbio em ambientes quentes é responsável por uma demanda metabólica que impacta no funcionamento cardíaco, especialmente em atletas. Estudos sobre o tema ainda carecem de informações sobre avaliação direta do desempenho cardíaco nesta condição. Objetivo: Analisar e avaliar eventuais modificações na função cardíaca de ratos wistar após 4 semanas de treinamento e exposição ao calor, e buscar a translação dos resultados para a espécie humana. Metodologia: O protocolo experimental deste estudo foi aprovado sob registro CEUA/ICBS nº 22/2022. A amostra foi composta por 12 ratos wistar, machos (319,08 ± 7,53g) e adultos (60 dias), divididos aleatoriamente para compor os grupos: controle (CTRL), exposição exclusiva ao calor (CAL) e exposição ao calor e treinamento aeróbio (CATR). A função cardíaca foi analisada através do método de coração isolado de Langendorff. A atividade elétrica foi avaliada através do eletrocardiograma (ECG) e, a partir deste, foi analisada a variabilidade da frequência cardíaca (VFC). O protocolo de treinamento consistiu na realização de treinamento aeróbio em esteira rolante com câmara de aquecimento integrada, desenvolvida neste laboratório, 3 vezes por semana, por 4 semanas. A avaliação da temperatura corporal foi aferida por termômetro retal e as medidas tomadas imediatamente após o teste de esteira. A exposição ao calor ocorreu por meio da permanência na câmara de aquecimento com temperatura de 32֯C (+ 0,5). Resultados: Observou-se que a exposição passiva por 4 semanas promoveu redução na frequência cardíaca (FC) em CAL (Pré vs. Pós; p<0,05) e CATR (Pré vs. Pós; p<0,05). A  PDVE d o grupo CAL apresentou valores significativamente maiores comparado a CTRL e CATR (p<0,05). Já CATR apresentou valores mais baixos na PDVE quando comparado a CTRL e CAL (p<0,05). Ao avaliar a temperatura colônica (Tcol) e o tempo de permanência na esteira rolante, todos os grupos apresentaram valores maiores comparados ao momento prévio à aplicação dos protocolos (Pré vs. Pós; p<0,05). No ECG o intervalo RR foi maior em ambos os grupos quando comparados ao CTRL (Pré vs. Pós; p<0,05), assim como o componente de muito baixa frequência (VLF) da análise de VFC (Pré vs. Pós; p<0,05). Discussão A hipótese de que a exposição passiva sem associação com o treinamento aeróbio pode contribuir para aclimatação foi demonstrada com a redução da FC ao final do período experimental, apesar de ainda demonstrar maior PDVE, o que sugere algum grau de estresse pelo calor após 4 semanas. A análise da VFC demonstrou maior ação parassimpática, através do aumento de RR, e consequente menor simpática sobre o coração, além de aumento no VLF que está associado a retirada de ação simpática e ajustes termorregulatórios. A PDVE menor em CATR sugere que a associação do calor com o exercício traz benefícios ao desempenho que podem estar relacionados com alterações na cinética dos canais iônicos responsáveis pela fase 4 do potencial de ação nas células P do nodo sinoatrial. Conclusão: Baseado nos resultados desse estudo, compreende-se que a exposição passiva ao calor associada ao treinamento aeróbio confere adaptações, propõe segurança e vantagens fisiológicas para o desempenho atlético.
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EFEITO DO TREINAMENTO AERÓBIO E EXPOSIÇÃO AO CALOR SOBRE A FUNÇÃO CARDÍACA

  • DOI: 10.22533/at.ed.97523250915

  • Palavras-chave: Estresse térmico, termorregulação, função cardíaca, treinamento aeróbio

  • Keywords: Thermal stress, thermoregulation, cardiac function, aerobic training

  • Abstract: Introduction: Aerobic training in hot environments is responsible for a metabolic demand that impacts cardiac functioning, especially in athletes. Studies on the subject still lack information on the direct assessment of cardiac performance in this condition. Objective: To analyze and evaluate possible changes in the cardiac function of wistar rats after 4 weeks of training and exposure to heat, and to seek the translation of the results to the human species. Methodology: The experimental protocol of this study was approved under registration CEUA/ICBS nº 22/2022. The sample consisted of 12 Wistar rats, male (319.08 ± 7.53g) and adult (60 days), randomly divided to compose the groups: control (CTRL), exclusive exposure to heat (CAL) and exposure to heat and aerobic training (CATR). Cardiac function was analyzed using the Langendorff isolated heart method. The electrical activity was evaluated through the electrocardiogram (ECG) and, from this, the heart rate variability (HRV) was analyzed. The training protocol consisted of performing aerobic training on a treadmill with an integrated heating chamber, developed in this laboratory, 3 times a week, for 4 weeks. Body temperature was measured using a rectal thermometer and measurements were taken immediately after the treadmill test. Exposure to heat occurred by staying in the heating chamber at a temperature of 32°C (+ 0.5). Results: It was observed that passive exposure for 4 weeks promoted a reduction in heart rate (HR) in CAL (Pre vs. Post; p<0.05) and CATR (Pre vs. Post; p<0.05). The LVDP of the CAL group showed significantly higher values compared to CTRL and CATR (p<0.05). CATR, on the other hand, presented lower values in PDVE when compared to CTRL and CAL (p<0.05). When evaluating the colonic temperature (Tcol) and the time spent on the treadmill, all groups showed higher values compared to the moment prior to the application of the protocols (Pre vs. Post; p<0.05). On the ECG, the RR interval was greater in both groups when compared to the CTRL (Pre vs. Post; p<0.05), as well as the very low frequency component (VLF) of the HRV analysis (Pre vs. Post; p <0.05). Discussion The hypothesis that passive exposure without association with aerobic training can contribute to acclimatization was demonstrated with the reduction in HR at the end of the experimental period, despite still demonstrating higher LVDP, which suggests some degree of heat stress after 4 weeks . The analysis of the HRV showed greater parasympathetic action, through the increase in RR, and consequent lower sympathetic action on the heart, in addition to an increase in the VLF that is associated with withdrawal of sympathetic action and thermoregulatory adjustments. The lower LVDP in CATR suggests that the association of heat with exercise brings benefits to performance that may be related to changes in the kinetics of the ion channels responsible for phase 4 of the action potential in the P cells of the sinoatrial node. Conclusion: Based on the results of this study, it is understood that passive exposure to heat associated with aerobic training confers adaptations, proposes safety and physiological advantages for athletic performance.

  • Ronaldo André Castelo dos Santos de Almeida
  • Gabriel Souza de Jesus
  • Clarice Chagas de Páucar
  • Luana Basílio Ferreira
  • Marilene da Mata Gomes Patrício
  • Gabrielle de Lima Monzato
  • Ana Késsia do Nascimento Gomes
  • César Francisco Maricato da Rosa
  • Emerson Lopes Olivares
  • Anderson Luiz Bezerra da Silveira
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