EDUCAÇÃO ECOSSOCIALISTA: EPISTEMOLOGIA E PRÁTICA ECOLÓGICA
O presente artigo tem por base os
fundamentos da Economia Ecológica e por
pressuposto analítico o fato de que o sistema
do capital se encontra em meio a um movimento
acelerado de sua contradição central. Tal
movimento se concretiza com a substituição
do trabalho humano direto por máquinas
automáticas autorreferenciadas, simplificadoras
de trabalho, que reduzem a base de valorização
e obriga o sistema a uma crescente e
incontrolável produção de mercadorias. Como
um resultado de seu modo de produção linear,
irrefreável e crescentemente expansivo, aponta
para uma ruptura metabólica diante da finitude
material, capacidade de suporte e com as leis
de funcionamento que regem os ecossistemas
do Planeta. Diante de colapsos potenciais, fazse
necessário pôr em prática uma proposta
educativa socioecológica que transcenda o
marco monolítico do “trabalho”. A base formativa
para uma sociabilidade emancipada tem a
ética da vida como centralidade, traduzida no
respeito ao funcionamento e à resiliência da
Natureza. Para tal, pretendemos desenvolver
um dialogismo transdisciplinar, com o objetivo
de efetivar uma crítica epistemológica ao
reducionismo cartesiano; e ao cientificismo
derivado do paradigma newtoniano, segundo o
qual a ciência foi guindada a critério único de
verdade na construção do conhecimento. Por
consequência, a crítica terá força suficiente para
eliminar as contradições dentro do pensamento
positivista. A partir desse dialogismo,
apresentamos uma proposta ecológica de
educação anticapitalista, situada no âmbito
do pensamento ecossocialista. Para efeito
de reflexão sobre a pedagogia ecossistêmica
e suas práticas escolares fazemos uso da
horta escolar como recurso didático para uma
educação ecológica complexa e transdisciplinar
voltada para jovens e adolescentes.
EDUCAÇÃO ECOSSOCIALISTA: EPISTEMOLOGIA E PRÁTICA ECOLÓGICA
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DOI: 10.22533/at.ed.79020280117
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Palavras-chave: Sistema do capital. Economia ecológica. Educação ecológica. Complexidade. Transdisciplinaridade.
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Keywords: Capital system. Ecological economics. Ecological education. Transdisciplinarity.
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Abstract:
This paper is based on the foundations of Ecological Economics and the
analytical assumption that capital system is in the midst of an accelerated movement
of its central contradiction. Such a movement is realized by replacing direct human
labor with self-referencing, simplifying work machines that reduce the valuation base
and force the system into a growing and uncontrollable production of goods. As a result
of its linear, unrestrained and increasingly expansive mode of production, it points
to a metabolic disruption in the face of material finitude, carrying capacity, and the
operating laws that govern the Earth's ecosystems. Faced with potential collapses, it is
necessary to put into practice a social-ecological educational proposal that transcends
the monolithic framework of “labor". The formative basis for an emancipated sociability
has the ethics of life as its centrality in terms of a good functioning and resilience of
Nature. To this end, we intend to develop a trans-disciplinary dialogue with the objective
of effecting an epistemological critique of Cartesian reductionist; and to the scientism
derived from the Newtonian paradigm, according to which science was guided by
the sole criterion of truth in the construction of knowledge. Consequently, criticism
will be strong enough to eliminate contradictions within positivist thinking. From this
dialogue, we present an ecological proposal of anti-capitalist education, situated within
the scope of eco-socialist thought. We propose to use the structure of school garden
to demonstrate the ecological pedagogy related to a complex and trans-disciplinary
ecological education aimed at young people and adolescents.
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Número de páginas: 15
- Aécio Alves de Oliveira
- Marcelo Santos Marques