Educação de Líderes: Diversidade e Modos de Existência nos Ambientes Corporativos
Atualmente, movimentos identitários ganharam espaço na agenda estratégica das organizações, dentro do bojo da governança corporativa, são exemplos: o Fórum de Empresas e Direitos LGBT+, o Movimento Mulher 360, a Coalização para a Equidade Racial e de Gênero, ONU Mulheres. Essa conjectura despertou para a inclusão de novos sujeitos ao diálogo, mais conscientes de seus direitos, houve o despertar desse sujeito para o conhecimento de si na relação com o outro. Evidenciou-se nos discursos das organizações os vieses inconscientes, “problematizou-se” a cultura da heteronormatividade, dos papéis sociais modelados pela sociedade patriarcal. No ambiente corporativo, por vezes, o gênero e a orientação sexual moldam as definições de funções, as compreensões de méritos, promoções, as técnicas de gerenciamento e o encarreiramento dos funcionários, quando isso ocorre reforçam estereótipos e práticas discriminatórias.
Observamos alguns discursos de “verdade” que permeiam os ambientes sociais e corporativos, utilizados para conceituar a “diversidade”, seja pela via do discurso religioso, jurídico, político ou organizacional, pautado na busca da inclusão social, que podem reforçar uma rasa compreensão da individualidade humana, os modos de existência, e seus processos de construção do saber. Os estudos foucaultianos (1979, 2007) defendem que o sujeito se constitui por meio de práticas discursivas, estas se fazem por processos de subjetivação, que é o resultado de uma construção que se dá no interior de um espaço demarcado por três eixos: Ser-Saber; Ser-Poder; Ser-Ética.
Propomos, por meio desse artigo refletir sobre a necessidade de educar os líderes no ambiente corporativo para o tema diversidade, mas no tocante a educação sexual, seus fundamentos, o contexto histórico evolutivo, uma vez que a educação tem como premissa maior, o despertar, o provocar, o conhecer a si e ao outro para o cuidado de si e do outro, deve constituir-se como um cuidado necessário para o desenvolvimento de dada sociedade em dado momento, levar àqueles que interagem dentro desse ambiente a conscientizar-se de tudo que o envolve e quais são os efeitos de sentido de seus discursos e dos discursos dos outros, consequentemente, que efeitos de poder positivo são produzidos para a constituição de subjetividades e como isso pode atuar na ética do próprio sujeito.
Educação de Líderes: Diversidade e Modos de Existência nos Ambientes Corporativos
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DOI: 10.22533/at.ed.72822080214
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Palavras-chave: Educação, Diversidade; Ambiente Corporativo.
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Keywords: Education, Diversity; Corporate Environment.
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Abstract:
Currently, identity movements have gained a place in the strategic agenda of organizations, within the corporate governance framework, such as the LGBT + Business and Women Forum, the 360 Women's Movement, the Coalition for Racial and Gender Equity, UN Women. This conjecture aroused the inclusion of new subjects to the dialogue, more aware of their rights, there was the awakening of this subject to the knowledge of self in the relationship with the other. The unconscious biases were evidenced in the organizations' discourses, the culture of heteronormativity, of the social roles modeled by the patriarchal society was "problematized." In the corporate environment, gender and sexual orientation sometimes shape role definitions, merit understandings, promotions, management techniques, and employee career development, where this reinforces discriminatory stereotypes and practices.
We observe some "truth" discourses that permeate social and corporate environments, used to conceptualize "diversity", whether through religious, legal, political or organizational discourse, based on the search for social inclusion, which can reinforce a shallow understanding of human individuality, the modes of existence, and their processes of knowledge construction. The Foucauldian studies (1979, 2007) defend that the subject is constituted by discursive practices, these are done by processes of subjectivation, which is the result of a construction that takes place within a space demarcated by three axes: Ser- To know; Being-Power; Ser-Ethics.
We propose, through this article, to reflect on the need to educate leaders in the corporate environment on the theme of diversity, but with regard to sex education, its foundations, the evolutionary historical context, since education has as its premise, to provoke, to know oneself and the other for the care of oneself and the other, must constitute itself as a necessary care for the development of a given society at a given moment, lead to those who interact within that environment to become aware of everything that surrounds it and what are the meaning effects of its discourses and the discourses of others, consequently, that effects of positive power are produced for the constitution of subjectivities and how this can act in the ethics of the subject itself.
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Número de páginas: 19
- Maria Regina Momesso
- ELAINE REGINA TERCEIRO DOS SANTOS