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capa do ebook EDEMA AGUDO DE PULMÃO POR PRESSÃO NEGATIVA: RELATO DE CASO

EDEMA AGUDO DE PULMÃO POR PRESSÃO NEGATIVA: RELATO DE CASO

M.J.N.C, sexo masculino, 4 anos e 7 meses, portador de beta talassemia, foi submetido à colecistectomia por videolaparoscopia. Os exames pré-operatórios encontravam-se com alterações condizentes com quadro de colecistite, além de apresentar alterações no leucograma, condizente com a doença de base. Na avaliação pré-anestésica, o paciente foi classificado como ASA II, foi monitorado, e iniciou-se a indução para anestesia geral com hipnótico, bloqueador neuromuscular e opioide. A Intubação orotraqueal foi então realizada sem intercorrências e instalou-se a capnografia. Após tais procedimentos, o paciente foi colocado em posição de trendelenburg e foi realizada a insuflação abdominal padrão com CO2 para a realização do pneumoperitônio e iniciada a cirurgia 

Durante o período intraoperatório, paciente não apresentou nenhuma intercorrência nem alterações em seus sinais vitais. A pressão de CO2 se manteve variando de 12 a 14 mmHg, contudo, durante a cirurgia, os médicos notaram a presença de parafimose com edema local irredutível no prepúcio, realizando postectomia. 

Ao término do procedimento, o pneumoperitônio foi revertido e foi realizada extubação do paciente. Durante a ventilação mecânica, houve resistência à ventilação e suspeita de laringoespasmo, contudo, logo o quadro foi normalizado e a ventilação foi bem sucedida. O paciente se manteve em bom estado geral no pós-operatório imediato.

Cerca de 8 horas após a cirurgia, o paciente apresentou importante esforço respiratório e dispneia, iniciando suporte ventilatório não invasivo por pressão positiva e solicitação de tomografia computadorizada de tórax e abdômen a fim de definir o quadro apresentado. A tomografia evidenciou presença de edema agudo de pulmão e foi considerado como hipótese diagnostica o aparecimento do edema por pressão negativa. Os sintomas apresentaram resolução imediata após suporte ventilatório que confirmou a hipótese de edema agudo de pulmão por pressão negativa proveniente do pneumoperitônio provocado para realização da cirurgia por via videolaparoscópica.

Paciente foi submetido a uma nova tomografia computadorizada no dia seguinte, na qual foi confirmada a resolução do quadro. Paciente foi mantido em internação hospitalar nas próximas 24h para observação, não apresentando nenhuma outra ocorrência, obteve alta hospitalar com 48h da realização da cirurgia. 

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EDEMA AGUDO DE PULMÃO POR PRESSÃO NEGATIVA: RELATO DE CASO

  • DOI: 10.22533/at.ed.94621201213

  • Palavras-chave: Edema agudo de pulmão, pressão negativa

  • Keywords: ACUTE PULMONARY EDEMA, NEGATIVE PRESSURE

  • Abstract:

    M.J.N.C, male, 4 years and 7 months old, with beta thalassemia, underwent cholecystectomy by laparoscopy. The preoperative examinations were with alterations consistent with cholecystitis, besides presenting alterations in the leukogram, consistent with the underlying disease. In the preanesthetic evaluation, the patient was classified as ASA II, was monitored, and induced for general anesthesia with hypnotic, neuromuscular blocker and opioid. Orotracheal intubation was then performed without complications and capnography was installed. After such procedures, the patient was placed in a trendelenburg position and standard abdominal insufflation with CO2 was performed to perform pneumoperitoneum and surgery was initiated. During the intraoperative period, the patient did not present any complications or alterations in his vital signs. The CO2 pressure remained ranging from 12 to 14 mmHg, however, during surgery, the surgeons noticed the presence of paraphimosis with irreducible local edema in the foreskin, performing postectomy. 

    At the end of the procedure, the pneumoperitoneum was reversed and extubation of the patient was performed. During mechanical ventilation, there was ventilation resistance and laryngospasm were suspected, however, soon the condition was normalized and ventilation was successful. The patient remained in good general condition in the immediate postoperative period. 

    About 8 hours after surgery, the patient presented important respiratory effort and dyspnea, initiating noninvasive ventilatory support for positive pressure and requesting computed tomography of the chest and abdomen in order to define the clinical condition presented. Tomography showed the presence of acute pulmonary edema and was considered as a diagnostic hypothesis the onset of negative pressure edema. The symptoms presented immediate resolution after ventilatory support that confirmed the hypothesis of acute pulmonary edema by negative pressure from pneumoperitoneum caused to perform the surgery by laparoscopic approach. 

    The patient underwent a new computed tomography the next day, in which the resolution of the condition was confirmed. The patient was kept in hospital in the next 24 hours for observation, showing no other occurrence, was discharged from the hospital 48 hours after the surgery. Thus, it is concluded that pulmonary edema by negative pressure is a well described entity, but very underdiagnosed in the current medical scope. This is a complication that requires precise and fast interventions for its resolution.

  • Número de páginas: 4

  • Karoline de Lira Flor
  • PEDRO PAULO AZEVEDO
  • Luísa de Almeida Fonseca
  • LAYS TEIXEIRA DE PAULA
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