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Drosófilas/moscas-das-frutas como objetos complexos e instáveis no Antropoceno: ecologias múltiplas no discurso científico

A partir de um trabalho etnográfico realizado em um laboratório de pesquisa genética do Sul do Brasil, discute-se a ecologia das drosófilas/moscas-das-frutas em processos de urbanização e alteração ambiental no Antropoceno. Tomando ambos os termos (drosófila e moscas-das-frutas) como unidades culturais construídas em discursos de naturezas distintas (científico e popular), propõe-se que esses animais podem ser concebidos como objetos complexos e instáveis dentro da crise animalitária do Antropoceno. Isso ocorre porque, quando considerada a diversidade de espécies generalizadas pela unidade cultural ‘moscas-das-frutas’, e semi-individualizadas pela unidade cultural ‘drosófilas’, esses insetos sinantrópicos assumem uma complexa gama de ecologias aparentemente antagônicas. Deste modo, podem ser caracterizados como invasores domésticos, pragas urbanas, pragas de lavouras, espécies nativas em crise, espécies exóticas/invasoras, bioindicadores de poluentes químicos, proliferantes em processos de urbanização, ou mesmo como animais negativamente afetados pela vida nas cidades. A partir do discurso científico sobre as drosófilas no Antropoceno, produzido dentro das Ciências Biológicas, são comparadas as diferenças e similaridades na produção de significado e complexidade para esses animais, em relação ao discurso popular sobre os mesmos. 
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Drosófilas/moscas-das-frutas como objetos complexos e instáveis no Antropoceno: ecologias múltiplas no discurso científico

  • DOI: https://doi.org/10.22533/at.ed.4332405024

  • Palavras-chave: Antropoceno, drosófilas, moscas-das-frutas, objetos complexos, ecologias múltiplas, discurso científico

  • Keywords: Anthropocene, Drosophila, fruit flies, complex objects, multiple ecologies, scientific discourse

  • Abstract: Based on an ethnographic work carried out in a genetics research laboratory in southern Brazil, this research discusses the ecology of Drosophila/fruit flies in processes of urbanization and environmental change in the Anthropocene. Taking both terms (Drosophila and fruit flies) as cultural units constructed in discourses of different natures (scientific and popular), it is proposed that these animals can be conceived as complex and unstable objects within the animal crisis of the Anthropocene. This occurs because these synanthropic insects assume a complex range of apparently antagonistic ecologies, when considering the diversity of species generalized by the cultural unit 'fruit flies', and semi-individualized by the cultural unit 'Drosophila'. Therefore, they can be characterized as domestic invaders, urban pests, crop pests, native species in crisis, exotic/invasive species, bioindicators of chemical pollutants, animals that are proliferating in urbanization processes, or even as animals negatively affected by existing in cities.  The differences and similarities in the production of meaning and complexity for these animals in the Anthropocene are compared amongst scientific discourse about Drosophila, produced within the Biological Sciences, and the popular discourse about fruit flies.

  • Nikolas Rublescki Thomaz
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