Conforme discutido nos capítulos anteriores, para se medir a dose de radiação ionizante depositada em um determinado meio, medem-se os efeitos causados. Esses podem ser a ionização de um gás, como em uma câmara de ionização ou um detector Geiger, a oxidação de um sal de ferro como o íon Fe2+ sendo convertido para Fe3+no caso da dosimetria Fricke ou a polimerização de monômeros no caso da dosimetria com géis. Quando se utiliza a Alanina, que é o mais simples dos aminoácidos, o que se mede é quantidade de moléculas que foram ionizadas e produziram um centro paramagnético ou um spin eletrônico. Portanto para se realizar esse tipo de dosimetria precisaremos do aminoácido alanina e de um equipamento para se medir a quantidade spins geradas na interação da radiação com esse aminoácido. Essa medida é não destrutiva e dosímetros de alanina podem ser “arquivados” por vários anos para leituras posteriores se necessário for para se conferir ou reavaliar alguma medida. Esse equipamento é um espectrômetro de ressonância de spin eletrônico (RSE) também conhecido como espectrômetro de ressonância paramagnética eletrônica (RPE). Iniciaremos esse capítulo descrevendo a molécula de alanina e suas propriedades dosimétricas, em seguida discutiremos os princípios básicos da ressonância de spin eletrônico, a composição básica de um espectrômetro de RSE ou RPE finalizando com informações práticas dos cuidados básicos para se realizar esse tipo de dosimetria com precisão adequada para aplicações em diferentes áreas.