DOENÇA ARTERIAL CORONARIANA ESTÁVEL: TRATAMENTO CONSERVADOR?
A fim de analisar o tratamento da Doença Arterial Crônica Estável (DACE), foram revisadas as conclusões encontradas do estudo ISCHEMIA, comparando com estudos acerca do tema e com as diretrizes atuais brasileira, europeia e americana.
O estudo ISCHEMIA detectou em 3,3 anos, um desfecho primário composto (morte cardiovascular, infarto do miocárdio, hospitalização por angina instável, por insuficiência cardíaca ou parada cardíaca ressuscitada), de 13,3% na estratégia invasiva contra 15,5% na estratégia conservadora. A terapia invasiva apresentou danos (2% de aumento absoluto) nos primeiros 6 meses e benefícios em 4 anos (2% de redução absoluta). O estudo conclui que, para sintomáticos, a redução da angina é inversamente proporcional à sua intensidade, e que o tempo livre de angina após o procedimento não varia entre os grupos.
Enquanto a diretriz brasileira recomenda que a estratégia de TMO nos pacientes sem registro de isquemia é segura, a diretriz europeia ainda recomenda a revascularização, para pacientes com isquemia documentada ou não, mas com diâmetro de estenose maior que 90%, fração de ejeção menor que 35% ou reserva de flow menor que 0,8, independente dos sintomas anginosos. Para a AHA, a revascularização em pacientes com diabetes mellitus e DAC multiarterial complexa tem grau I de recomendação.
Conclui-se que para pacientes com angina estável, a otimização do tratamento medicamentoso é uma estratégia boa e capaz de garantir melhora da qualidade de vida, diminuição de sintomas anginosos e afastar complicações como infarto. Já para pacientes com angina moderada a grave ou formas mais complicadas, o ideal – diretrizes europeias - é utilizar da revascularização, uma vez que os resultados na mortalidade a longo prazo são indiferentes. O preconizado, indubitavelmente, é sempre individualizar de acordo com o paciente.
DOENÇA ARTERIAL CORONARIANA ESTÁVEL: TRATAMENTO CONSERVADOR?
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DOI: 10.22533/at.ed.6622110099
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Palavras-chave: Angina estável; revascularização; conservador.
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Keywords: Stable angina; revascularization; conservative.
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Abstract:
In order to analyze the treatment of Chronic Stable Arterial Disease (SCD), those found in the ISCHEMIA study were reviewed, comparing them with studies on the subject and with the current Brazilian, European and American guidelines.
The ISCHEMIA study detected, in 3.3 years, a primary composite endpoint (cardiovascular death, myocardial infarction, hospitalization for unstable angina, heart failure or resuscitated cardiac arrest) of 13.3% in the invasive strategy versus 15.5% in the conservative strategy. Invasive therapy has harm (2% absolute increase) within the first 6 months and benefits within 4 years (2% absolute decrease). The study concludes that, for symptomatic patients, the reduction of angina is inversely proportional to its intensity, and that the time free from angina after the procedure does not vary between groups.
While the Brazilian guideline recommends that the BMT strategy in patients without a record of ischemia is safe, a European guideline still recommends revascularization for patients with documented ischemia or not, but with stenosis diameter greater than 90%, ejection fraction less than 35% or flow reserve less than 0.8, regardless of angina symptoms. For AHA, revascularization in patients with diabetes mellitus and complex multivessel CAD has a grade I recommendation.
It can be concluded that for patients with stable angina, the optimization of drug treatment is good and capable of ensuring an improvement in quality of life, reduction of anginal symptoms and complications such as infarction. For patients with moderate to severe angina or more complicated forms, the ideal - regulatory norms - is to use revascularization, since the results in long-term mortality are indifferent. The recommended, undoubtedly, is always to individualize according to the patient.
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Número de páginas: 4
- Maria Antônia Dutra Nicolodi
- João Ricardo Cambruzzi Zimmer
- Cédrik da Veiga Vier