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capa do ebook Dizer o indizível: os negros e a escravidão no discurso de viajantes argentinos ao Brasil

Dizer o indizível: os negros e a escravidão no discurso de viajantes argentinos ao Brasil

Este trabalho discute as impressões do viajante argentino sobre a presença do negro e a escravidão no Brasil a partir dos relatos de Domingo Sarmiento (em três viagens na segunda metade do século XIX), Manuel Bernárdez (em crônicas que vão de 1908 a 1922) e Roberto Arlt (na série Aguafuertes sobre seus dois meses no Rio de Janeiro). Suas impressões dialogam com questões caras aos estudos culturais e pós-coloniais no contexto latino-americano: o papel da escrita no estabelecimento das relações de subalternidade; a imposição de um discurso moderno hegemônico em oposição a formas de conhecimento das comunidades tradicionais e sociedades colonizadas; a enunciação unilateral daqueles que têm voz sobre os que não têm. A escravidão, como instituição anacrônica, e a abolição tardia são um tabu para os novos tempos republicanos e para a imagem do Brasil que os argentinos querem compartilhar. Ao mesmo tempo, o negro marginalizado e desterritorializado é parte indissociável da sociedade, e isso é evidente demais no cotidiano observado pelos viajantes. Como escrever sobre isso? O olhar do conquistador e do viajante como categorias e o conceito de alegoria em Walter Benjamin nos possibilitam evidenciar e compreender formatos de discursos e práticas que são apropriados para que relações de exploração e dominação se mantenham no contexto observado, conquistado.

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Dizer o indizível: os negros e a escravidão no discurso de viajantes argentinos ao Brasil

  • Palavras-chave: escravidão no Brasil; modernidade e colonialidade; viajantes argentinos

  • Keywords: slavery in Brazil; modernity and coloniality; Argentine travelers

  • Abstract:

    The study discusses the impressions of the Argentine traveler about the presence of black people and slavery matters in Brazil from chronicles of Domingo Sarmiento (in the middle of XIX century), Manuel Bernárdez (from 1908 to 1922) and Roberto Arlt (in his Aguafuertes series, about the two months he spent in Rio de Janeiro). Their impressions dialogue to important issues to Cultural and Postcolonial studies in the context of Latin America: the role of writing in the grounding of subaltern relationships; the opposition between the modern discourse and the knowledge of traditional communities; the unilateral enunciation of those who have voice over those who don't. Slavery, as an extremely anachronic institution to their eyes, is a tabu to the new civilized times and to the image that Agentine intellectuals want to share. At the same time, the marginalized, desterritorialized former slave is an indissoluble part of society, and this is too obvious in Rio's daily life. How to write about this? The aim of the conqueror and the traveler as categories and the concept of allegory in Walter Benjamin help us to focus and comprehend discursive and practical structures that maintain exploitation and domination relationships among the observed and conquered context. 

  • Número de páginas: 15

  • Lyanna Costa Carvalho
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