Dissonâncias e ressonâncias: a (in)visibilidade da criança no Ensino Fundamental de nove anos
Este capítulo propõe-se a apresentar
o percurso de elaboração conceitual acerca
dos sentimentos de infância, compreendendo
como este foi constituindo-se e transformandose sócio-historicamente. Objetivou-se analisar
como as atuais concepções teóricas impactam
as políticas públicas voltadas à infância,
enfocando o Ensino Fundamental de nove
anos, no que tange às repercussões desta
normativa para a criança e as problemáticas
encontradas no processo de incorporação
desta. Em vista disto, realizou-se um estudo
de cunho bibliográfico e análise documental
sob a pauta do Ensino Fundamental de
nove anos, provocando discussões acerca
da (in)visibilidade da criança e a qualidade
dos processos de ensino-aprendizagem,
sob análise qualitativa. Considera-se que o
sentimento de infância transformou-se ao longo
dos anos, em decorrência de sua relação com
as instituições sociais e, em razão disto, as
políticas públicas educacionais também foram
alteradas, atendendo estas visões. Entretanto,
a despeito da atual elaboração conceitual de
infância, que considera as peculiaridades desta
fase e defende o lúdico inserido aos processos
de ensino-aprendizagem, encontra-se ainda
enfrentamentos no campo prático, que refletem
lastros da inserção intempestiva do ensino
de nove anos, que refletem na qualidade
educativa e desvelam um descompasso
entre teoria e práxis. Dado o exposto,
considera-se que a dissonância e os desafios
interpostos à aproximação da concepção
atual de infância ao discurso legal vigente e
a efetivação destas discussões, perpassam
desde aspectos estruturais da escola até
as discussões formativas pedagógicas, em
defesa à abordagens lúdicas e à favor do
ensino
Dissonâncias e ressonâncias: a (in)visibilidade da criança no Ensino Fundamental de nove anos
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DOI: 10.22533/at.ed.0321819128
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Palavras-chave: Infância, políticas públicas educacionais, qualidade.
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Keywords: Childhood, educational public policies, quality.
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Abstract:
Only recently, playful has been
undertaken as of pivotal importance to the
teaching-learning process accordingly to the
latest conception of childhood, which represents
an innovative effort towards the comprehension
of the peculiarities of this stage of life. Though
this conception is now broadly accepted as of
unequivocal theoretical background, is has
been only scarcely considered in the formulation
of recent educational public policies. Such a
mismatch between theory and practice is a
plausible target to tackle more appropriately the formulation of both structural and formative pedagogical moots in defence of
playful perspectives in education. This chapter scrutinizes the course of conceptual
elaboration of childhood under a sociohistorical prospect. The discussion will cover,
through qualitative analysis, more closely aspects regarding the recent nine years of
elementary school’s law, sparking discussions about the children’s (in)visibility and the
teaching-learning process’ quality. Finally, this review analyzes how present theoretical
thoughts meet ongoing public educational policies directed to childhood, thus revealing
practical clashes that reflect the ballast of the referred law, its consequences to
educational quality and main discrepancies with current understanding of childhood.
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Número de páginas: 15
- Maria Carolina Branco Costa