DIMORFISMO SEXUAL NA FORMA E NO TAMANHO DE HAETERA PIERA DIAPHANA LUCAS, 1857 (LEPIDOPTERA, NYMPHALIDAE, SATYRINAE).
Investigamos o dimorfismo sexual na forma e no tamanho das asas de Haetera piera diaphana Lucas, 1857 utilizando técnicas de morfometria geométrica. Foram inseridos 23 marcos anatômicos na asa anterior e 15 na asa posterior de machos e fêmeas provenientes do sul da Bahia e norte do Espírito Santo. Para analisar o dimorfismo no tamanho das asas foram realizados Teste t de Student com o tamanho do centroide logaritimizado. O dimorfismo da forma das asas foi analisado por funções discriminantes e teste de permutação utilizando a distância de Procrustes. Fêmeas de H. piera diaphana são maiores que machos tanto na asa anterior (fêmea=3,01 ± 0,19 cm, macho=2,79 ± 0,11 cm, t=5,34; GL= 45.9, P<0,001) quanto na asa posterior (fêmea=2,31 ± 0,15 cm, macho=2,15 ± 0,08 cm, t=4,89; GL= 41,7, P<0,001). Machos e fêmeas diferem também em relação à forma da asa anterior (distância de Procrustes = 0,036, P<0,001, classificação correta de 72%) e posterior (distância de Procrustes = 0,0121; P<0,05; classificação correta de 57%). As fêmeas possuem asas anteriores mais largas e curtas e asas posteriores com a base mais estreita e a porção distal mais alongada que os machos. O fato de ocorrer dimorfismo sexual do tamanho e da forma em ambas as asas indica que o processo evolutivo que atua na diferenciação de machos e fêmeas ocorre de forma global e está possivelmente relacionado com diferentes papéis reprodutivos que os sexos desempenam no ambiente. Nesse cenário, o dimorfismo do tamanho da asa de H. piera diaphana pode estar relacionado com a seleção de fecundidade nas fêmeas e um consequente efeito de compensação do aumento corpóreo, enquanto o dimorfismo sexual da forma da asa deve estar relacionado aos diferentes padrões de voo entre os sexos, principalmente em relação a dispersão das fêmeas a procura de sítios de oviposição.
DIMORFISMO SEXUAL NA FORMA E NO TAMANHO DE HAETERA PIERA DIAPHANA LUCAS, 1857 (LEPIDOPTERA, NYMPHALIDAE, SATYRINAE).
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DOI: 10.22533/at.ed.3132028096
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Palavras-chave: Análise generalizada de Procrustes, Mata Atlântica, morfometria geométrica, seleção sexual.
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Keywords: Atlantic Forest, generalized Procrustes analysis, morphometric geometric, sexual selection.
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Abstract:
We investigated the shape and size sexual dimorphism in the wings of Haetera piera diaphana Lucas, 1857 using the geometric morphometric techniques. Twenty-three landmarks were inserted in the fore and 15 in the hindwings of 29 males and females. The dimorphism in size was analyzed using a t-test with the centroid size normalized. The dimorphism in shape was analyzed with discriminant function and permutation test using generalized Procrustes analysis. Females of H. piera diaphana are larger than males in both fore (female=3.01 ± 0.19 cm, male=2.79 ± 0.11 cm, t=5.34; GL= 45.9, P<0.001) and hindwings (female=2.31 ± 0.15 cm, male=2.15 ± 0.08 cm, t=4.89; GL= 41.7, P<0.001). We also found sexual dimorphism in shape of both fore (Procrustes distance = 0.036, P<0.001, correct classification of 72%) and hindwings (Procrustes distance = 0.0121; P<0.05; correct classification of 57%). Forewings of females are wider and shorter and hindwings have the base narrower and distal portion more elongated than males. The existence of shape and size sexual dimorphism in the wings of Haetera piera diaphana suggests that the evolutionary process acts globally for the differentiation of males and females, which may be related to distinct reproductive roles played by the sexes. In this scenario, the dimorphism of the wing size of H. piera diaphana could be related to the selection of fertility in females, while the sexual dimorphism of the wing shape might be related to the different flight patterns between the sexes, mainly on the dispersion of females to search oviposition sites.
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Número de páginas: 14
- Diego Rodrigo Dolibaina
- Marcelo Costa