DIFERENÇAS ENTRE FALA E ESCRITA DO SURDO: REFLEXÕES TEÓRICAS SEGUNDO UMA EXPERIÊNCIA PRÓPRIA
Este artigo é uma compilação da minha dissertação de mestrado ocorrida em 2017. Meu texto é escrito na forma de Ser Surda. Há incontáveis histórias marcantes sobre a pessoa surda em seu percurso de lutas e tentativas de aceitação pela comunidade ouvinte. Minha vida tem se tornado uma sucessão de desafios, de descobertas, de estranhamentos, de tentativas de compreender o mundo separatista entre os ouvintes e os surdos. Tive uma vida cheia de desafios, pois vivi as experiências de conhecer o preconceito, a discriminação e a resistência à aceitação pelo fato de eu ser surda. Sabia visualizar muitas coisas, mas tinha anseio em entender o que eu via, a realidade, o sentido da interação entre as pessoas. Queria entender o que as pessoas diziam. Qual o sentido e significado da sua fala? A Língua de Sinais sempre fez parte da história, mesmo em registros passados de gerações de surdos para outras, os quais muitas vezes eram ocultos, pelo medo das repreensões sofridas pela proibição da mesma, sobretudo nos espaços públicos. A maioria foi repassada de geração em geração de surdos através dos tempos na forma da SINALIDADE. Fala e escrita são dois sistemas distintos de significados. Muitas vezes, pessoas se confundem que a escrita seja a grafia fiel da fala. Esta pesquisa esteve baseada em metodologia na análise do discurso e da fenomenologia sobre Ser Surda, além das possibilidades de compreensão entre os dois mundos: dos surdos e ouvintes. Busquei também como metodologia as análises teóricas confrontando a partir da minha própria vivência, sobre relatar o fenômeno de Ser Surda e a capacidade de conseguir me comunicar entre os dois mundos. Espero que neste artigo eu possa descortinar de que a Língua de Sinais foi a responsável pela evolução em todos os aspectos da minha concepção cognitiva.
DIFERENÇAS ENTRE FALA E ESCRITA DO SURDO: REFLEXÕES TEÓRICAS SEGUNDO UMA EXPERIÊNCIA PRÓPRIA
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DOI: 10.22533/at.ed.9812218026
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Palavras-chave: Análise do discurso; fenomenologia; vivência; pessoas surdas; língua de sinais.
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Keywords: Speech analysis; phenomenology; experience; deaf people; sign language.
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Abstract:
This article is a compilation of my master's thesis held in 2017. My text is written in the form of being deaf. There are countless remarkable stories about deaf people in their struggles and attempts to be accepted by the hearing community. My life has become a succession of challenges, discoveries and strangeness, as well as attempts to understand the separatist world between non-deaf and deaf people. I have had a life full of challenges, as I lived the experiences of knowing prejudice, discrimination, and resistance to acceptance for being deaf. I was able to visualize many things, but I was eager to understand what I saw, the reality, the meaning of interaction between people. What do non-deaf people say? What is the sense the and meaning of their speech? Sign Language has always been part of history, even in records from deaf generations to others, which were often hidden, for fear of reprimands suffered by its prohibition, especially in public spaces. Most were passed on from generation to generation of deaf people through time in the form of the SIGNALITY. Speech and writing are two distinct systems of meaning. People are frequently confused that writing is the faithful spelling of speech. This research was based on a methodology of discourse analysis and phenomenology about Being Deaf, in addition to the possibilities of understanding between the two worlds: the deaf and the non-deaf. I have also researched as a methodology, theoretical analysis confronting from my own experience, about reporting the phenomenon of Being Deaf and the ability to manage to communicate between the two worlds. I hope that in this article I can see that Sign Language was responsible for the evolution in all aspects of my cognitive conception.
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Número de páginas: 18
- ANA PAULA OLIVEIRA E FERNANDES