Resumo: A partir da Didática da História, propomos a reflexão acerca da familiaridade que o gênero do terror apresenta em relação ao campo da História, visto que temas como violência, moralidade, medo, angústia, preconceitos, dentre outros, estão presentes em diversas experiências históricas. Compreende-se que o aprendizado histórico é um processo interpretativo orientado pelo tempo e desta forma resulta em narrativas, obras ficcionais como “Carniça e a blindagem mística” (Shiko, 2020) podem ser percebidas como uma materialização da consciência histórica do autor, que pondera o período histórico do Cangaço a luz de seu presente promovendo reflexões palpáveis para o futuro. Em seu enredo, observamos uma reimaginação deste movimento social nordestino a partir da ótica de um bando formado apenas por mulheres, se tratando então de um esforço de imaginação histórica que proporciona através dos seus arquétipos (aqui destaca-se: a mãe, a bruxa e o monstro) possíveis reflexões sobre questões sócio-culturais que formaram e formam identidades, lutas e resistências sociais.