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Diagnóstico e avaliação da Pulpite Reversível e Irreversível: Uma revisão da literatura recente

A inflamação pulpar, decorrente principalmente da progressão da cárie dentária, pode manifestar-se como pulpite reversível ou irreversível, sendo o diagnóstico diferencial entre ambas essencial para o direcionamento terapêutico adequado. Esta revisão da literatura recente teve como objetivo analisar os critérios diagnósticos atuais para diferenciar esses quadros, bem como avaliar a efetividade clínica da terapia pulpar vital (TPV) como alternativa conservadora ao tratamento endodôntico convencional. A análise evidenciou que, embora os testes clínicos de sensibilidade, como o teste de frio, sejam amplamente utilizados, sua correlação com os achados histopatológicos é limitada, comprometendo a precisão diagnóstica. Estudos demonstram que a dor prolongada nem sempre está associada à pulpite irreversível, assim como a dor curta não garante a reversibilidade do processo inflamatório. Histologicamente, a presença de necrose, hiperemia severa e microabscessos está mais associada à pulpite irreversível, enquanto fibrose e vascularização ativa caracterizam a forma reversível. A TPV, utilizando biomateriais bioativos como MTA, Biodentine e iRoot BP Plus, tem mostrado altas taxas de sucesso mesmo em dentes com sintomas sugestivos de pulpite irreversível, desafiando o paradigma de que esses casos exigem obrigatoriamente terapia endodôntica. Frente às limitações diagnósticas atuais, destaca-se a necessidade de métodos mais precisos, como biomarcadores inflamatórios, que permitam intervenções menos invasivas e mais conservadoras. INTRODUÇÃO     A cárie dentária permanece como uma das doenças infecciosas crônicas mais prevalentes na população mundial, com impacto significativo na saúde bucal e na qualidade de vida dos pacientes. (Raoof et al., 2022) Dentre as complicações decorrentes da progressão da cárie, destaca-se a inflamação pulpar, que pode ser classificada como reversível ou irreversível, de acordo com a intensidade e a extensão do processo inflamatório. O diagnóstico preciso dessa condição é fundamental para a escolha terapêutica adequada, sendo a vitalidade pulpar um fator essencial para a manutenção da integridade funcional e estrutural do elemento dental. (Iaculli et al., 2022; Zeng et al., 2024) Historicamente, o tratamento endodôntico convencional, por meio da terapia de canal radicular (TCR), tem sido a conduta preconizada em casos diagnosticados como pulpite irreversível, com o objetivo de eliminar a infecção e prevenir complicações periapicais. No entanto, a TCR apresenta desvantagens relevantes, como o risco de fratura radicular associado à remoção de tecido dentinário, a complexidade anatômica do sistema de canais radiculares e o elevado custo, tanto para o paciente quanto para os sistemas de saúde. (Zeng et al., 2024) Com os avanços nas ciências endodônticas e no desenvolvimento de novos materiais bioativos, a terapia pulpar vital (TPV) tem ganhado destaque como alternativa terapêutica conservadora, mesmo em dentes permanentes maduros com lesões cariosas profundas e sintomas compatíveis com pulpite irreversível. (Iaculli et al., 2022; Zeng et al., 2024) Essa abordagem visa preservar a vitalidade do complexo dentina-polpa, mantendo suas funções defensivas e proprioceptivas, além de contribuir para a longevidade do dente. (Raoof et al., 2022; Zeng et al., 2024) A TPV inclui diferentes modalidades, como o capeamento pulpar indireto, o capeamento direto e a pulpotomia parcial ou total. Recentemente, estudos clínicos têm demonstrado taxas de sucesso elevadas da pulpotomia em dentes permanentes maduros, variando de 88% a 97,4% após um ano de acompanhamento, mesmo em casos sintomáticos. Materiais à base de silicato de cálcio, como o agregado trióxido mineral (MTA), o Biodentine e o iRoot BP Plus, têm sido amplamente empregados nessas intervenções, destacando-se por suas propriedades biocompatíveis, potencial odontogênico e capacidade de selamento. (Zeng et al., 2024) Apesar dos avanços terapêuticos, o diagnóstico diferencial entre pulpite reversível e irreversível continua sendo um desafio clínico. Os critérios diagnósticos atuais baseiam-se, predominantemente, na história clínica da dor e em testes de sensibilidade, os quais nem sempre refletem com precisão o estado histopatológico da polpa. (Iaculli et al., 2022; Raoof et al., 2022) Essa limitação pode comprometer a indicação terapêutica, destacando a necessidade de abordagens diagnósticas mais acuradas e baseadas em evidências histológicas. Nesse contexto, o presente estudo tem como objetivo revisar criticamente a literatura científica recente, a fim de discutir os critérios diagnósticos da pulpite reversível e irreversível, bem como avaliar a efetividade clínica da terapia pulpar vital em dentes permanentes maduros. A análise também inclui a discussão sobre o papel dos biomateriais utilizados na TPV e sua influência na redução da dor e da resposta inflamatória, contribuindo para uma prática clínica mais conservadora e baseada em evidências. (Iaculli et al., 2022; Raoof et al., 2022; Zeng et al., 2024)  
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Diagnóstico e avaliação da Pulpite Reversível e Irreversível: Uma revisão da literatura recente

  • DOI: https://doi.org/10.22533/at.ed.4121225050610

  • Palavras-chave: --

  • Keywords: --

  • Abstract: ---

  • ANDRES SANTIAGO QUIZHPI LOPEZ
  • EDUARDO LOURES FILHO
  • JACQUELINE CRISTINE S. DE AMORIM
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