Apresenta-se, neste capítulo, alguns “olhares” sobre a tese de doutorado “território do milho crioulo: a propriedade intelectual coletiva e o melhoramento genético como estratégia de reprodução social”, do PPG em Geografia, da Universidade Federal de Santa Maria, defendida em 16/04/2018, juntamente com experiências educativas e de extensão relacionadas com os movimentos sociais e o papel das sementes crioulas no desenvolvimento sustentável. Também, traz-se alguns elementos do projeto de ensino relacionado com o tema desenvolvido em uma escola estadual no município de Chapecó/SC, intitulado “A horta escolar no ensino de química e o solo como catalizador da aprendizagem: uma atividade pedagógica na EEB Tancredo Neves”, envolvendo estudantes do ensino médio inovador, que realizaram os estudos em sala de aula e, em momento seguinte, realizaram atividades práticas comparativas na horta da escola. Entre os objetivos da pesquisa e do projeto de ensino, estava demonstrar a contribuição dos agricultores camponeses na conservação da diversidade genética das sementes crioulas e do seu melhoramento genético, bem como evidenciar as possibilidades de interação entre os saberes tradicionais e os conteúdos científicos, dos componentes curriculares e como isso impacta no desenvolvimento local/regional, considerando as ações das políticas públicas e dos movimentos sociais. A pesquisa para a tese foi realizada nos denominados “territórios do milho crioulo”, onde ocorre o melhoramento de sementes crioulas, localizados em 10 municípios de Santa Catarina: Anchieta, Ermo, Guaraciaba, Jacinto Machado, Modelo, Palma Sola, Palmitos, Romelândia, Saltinho e São Lourenço do Oeste. O método utilizado foi o da Pesquisa-Ação. O instrumento de abordagem foi um questionário semiestruturado, tendo sido entrevistados 12 agricultores, que melhoraram sementes crioulas e sete técnicos que contribuem direta ou indiretamente com esses agricultores. A base teórica contou com a discussão sobre os saberes tradicionais, sua inserção e contribuição na conservação da agrobiodiversidade e desenvolvimento sustentável, considerando as políticas públicas voltadas para a conservação e a utilização das sementes crioulas.