(Des)colonialidade, diálogo intercultural e etnoreconhecimento nos museus: desafios para a educação e a museologia contemporâneas
Propor como tema de reflexões e estudos as tensões existentes entre colonialidade (Quijano,2009), colonialismo (Santos,2006/2009), diálogo intercultural (Ouellett) e etnoReconhecimento (Reis, 2006) como elementos capazes de repensar o patrimônio cultural material/imaterial e a Museologia como campo teórico em sua relação contemporânea com a Educação nos Museus é o desafio que motiva este trabalho. A interculturalidade entendida como dimensão prática e subjetiva possível ao encontro da diversidade humana com vistas ao etnoReconhecimento por todos, se entrelaça aos conceitos citados, objetivando aprofundar a reflexão sobre os embates e contradições presentes nos desafios para uma Educação político-critica (Freire, 1992) nos Museus como para a Museologia, entendida como campo teórico em disputa nessas instituições. De modo a compreender a articulação diversidade(s) e sua negação como próprias das formas de explicar o real, sendo este instituído um dos elementos formativos do colonialismo com sua cultura unicista, propus em artigo no XXII ICOFOM LAM a descolarização das ações educativas nos Museus, colocando como ênfase no trabalho atual a importância do diálogo intercultural e da metodologia da práxis como forma superadora das condições de invisibilidade presentes na exclusão primaria dos conhecimentos e formas de conhecer que não se encaixam no padrão hegemônico – os conhecimentos populares, indígenas, camponeses, africanos, etc., bem como daqueles que ainda se intimidam com os espaços e formas de conhecer museológicos considerados superiores àqueles construídos em seus grupos sociais. Em síntese, este artigo, para além de um resumo teórico, vem demonstrar as possibilidades voltadas para a educação nos ambientes museológicos em sua dinâmica interna e externa como processo e como ruptura de uma linearidade operatória, mecânica e estrutural estática e, por vezes, artificial capaz de isolar a muitos da experiência múltipla e plural nos museus.
(Des)colonialidade, diálogo intercultural e etnoreconhecimento nos museus: desafios para a educação e a museologia contemporâneas
-
DOI: 10.22533/at.ed.4482101041
-
Palavras-chave: educação intercultural - museus – etnoReconhecimento
-
Keywords: intercultural education - museums - ethnoRecognition
-
Abstract:
To propose as a theme of reflections and studies the tensions between coloniality (Quijano, 2009) / colonialism (Santos, 2006/2009) intercultural dialogue (Ouellett) and ethnoRecognition (Reis, 2006) as elements capable of rethinking the cultural, material / Immaterial and museology as a theoretical field in its contemporary relation with museum education is the challenge that motivates this work. Interculturality understood as a practical and subjective dimension to the encounter of human diversity with a view to ethno Recognition by all, is intertwined with the aforementioned concepts, aiming to deepen reflection on the conflicts and contradictions present in the challenges to a political-critical education (Freire, 1992) In museums as well as in museology, understood as the theoretical field in dispute in these institutions. In order to understand the articulation of diversity (s) and its negation as proper of the ways of explaining the real, this being instituted one of the formative elements of colonialism with its unicist culture, I proposed in article XXII ICOFOM LAM the descolarization of educational actions in museums , Emphasizing in the current work the importance of intercultural dialogue and praxis methodology as a way of overcoming invisible conditions present in the primary exclusion of knowledge and ways of knowing that do not fit the hegemonic pattern - popular, indigenous, peasant, Africans, etc., as well as those who are still intimidated with spaces and ways of knowing museological considered superior those built in their social group. In summary, this article, in addition to a theoretical summary, demonstrates the possibilities for education in the museological environments in its internal and external dynamics as a process and as a rupture of a static, mechanical and structural linearity that is sometimes artificial Capable of isolating many from multiple and plural experience in museums.
-
Número de páginas: 15
- Maria Amelia Gomes de Souza Reis
