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capa do ebook CUTIA (Dasyprocta Prymnolopha) COMO MODELO POTENCIAL PARA ESTUDOS EM DERMATOLOGIA HUMANA E VETERINÁRIA.

CUTIA (Dasyprocta Prymnolopha) COMO MODELO POTENCIAL PARA ESTUDOS EM DERMATOLOGIA HUMANA E VETERINÁRIA.

Introdução.

            Os murinos constituem-se no principal modelo adotado para estudos em dermatologia humana e veterinária. Contudo, persistem relevantes limitações decorrente do reduzido tamanho de camundongos e ratos e a elevada taxa metabólica das espécies. Alternativamente a este modelo, a cutia (Dasyprocta prymnolopha) é um roedor silvestre de porte médio de elevada rusticidade, docilidade e prolificidade, cujo tamanho e características de manejo a candidatam a potencial modelo animal (Dasyproctidae) substituto ao tradicional murino. Ao contrário de outros roedores, na espécie cutia, pouco se conhece sobre os estratos epidérmicos e anexos cutâneos, perdurando significativas incertezas sobre a caracterização da pele nesses animais. O objetivo deste estudo é descrever e quantificar os estratos epidérmicos e anexos cutâneos de cutias machos e fêmeas, criadas em cativeiro, para fim de futura validação da espécie como modelo para estudos dermatológicos.

 

Materiais e métodos.

 

            Foi adotado um delineamento casualizado, composto de seis cutias saudáveis, alocadas em dois grupos, nomeados conforme o sexo do animal, machos (GM) e fêmeas (GF). Foram obtidas amostras cutâneas para avaliação estereológica e ultraestrutural por microscopia de força atômica (AFM). Para as análises estereológicas, foram avaliadas quatro amostras de pele saudável, de cada animal, obtidas de quatro regiões anatômicas: dorsal tóraco-lombar, plantar do coxim do membro pélvico, ventral mesogástrica e lateral da articulação do joelho. Para análises de AFM, obtiveram-se duas amostras de pele, divididas em pele fina (dorso) e pele espessa (coxim), foram cortadas a quatro micrometros, coradas pela hematoxilina e eosina (HE) para análise estereológica e cortadas a dois micrometros em lamínulas de 13mm, sem coloração, para análise por AFM. Realizou-se análise variância (ANOVA), seguido do teste de Tukey a 5% de probabilidade. 

 

Resultados e discussão. 

 

Não houve diferenças estatísticas de volumetria epidérmica e dérmica entre machos e fêmeas, sugere que os hormônios sexuais aparentemente não influenciam o volume dos estratos e camadas da pele. Diametralmente, identificou-se diferenças significativa (p<0,05) entre as camadas da pele, possuindo a derme maior volume total que a epiderme. Analogamente, as amostras de pele fina apresentaram diferenças significativas das amostras de pele espessa, havendo diferenças volumétricas entre todos os estratos epidérmicos. Mas, os estratos não apresentaram diferenças significativas entre as diferentes regiões anatômicas de pele fina avaliadas. Os resultados denotam que os estratos epidérmicos são bem delimitados e a volumetria correlaciona-se provavelmente ao tamanho e densidade celular dos ceratinócitos. A AFM permitiu identificar que a pele de cutias não apresenta topografia pavimentosa linear e uniforme, mas sim amplitude topográfica que eleva-se a partir da membrana basal, com organização não homogênea a partir do estrato granuloso. Identificou-se corneodesmossomos e tonofilamentos em todos os estratos epidérmicos, inclusive estrato córneo, sugerindo provável manutenção da atividade das proteínas de ancoragem, mesmo após cornificação destas células. 

 

Conclusão.

 

 A pele de cutias não apresenta diferenças quanto ao sexo. Ademais, apresenta estratos e camadas bem delimitados, cujos volumes são similares entre as amostras de pele fina em diferentes regiões anatômicas. Portanto é um modelo potencial para estudos dermatológicos por apresentar homogeneidade do tecido cutâneo entre as regiões corpóreas. 

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CUTIA (Dasyprocta Prymnolopha) COMO MODELO POTENCIAL PARA ESTUDOS EM DERMATOLOGIA HUMANA E VETERINÁRIA.

  • DOI: 10.22533/at.ed.60321090811

  • Palavras-chave: Cutia, AFM, estereologia, dermatologia

  • Keywords: Cutia, AFM, stereology, dermatology

  • Abstract:

    Introduction.

    Murines are the main model adopted for studies in human and veterinary dermatology. However, relevant limitations persist due to the small size of mice and rats and the high metabolic rate of the species. As an alternative to this model, the agouti (Dasyprocta prymnolopha) is a medium-sized wild rodent of high rusticity, docility and prolificity, whose size and handling characteristics are candidates for a potential animal model (Dasyproctidae) as a substitute for the traditional murine. Unlike other rodents, in the agouti species, little is known about the epidermal strata and cutaneous appendages, enduring significant uncertainties about the characterization of the skin in these animals. The aim of this study is to describe and quantify the epidermal strata and cutaneous attachments of male and female agoutis, bred in captivity, for the purpose of future validation of the species as a model for dermatological studies.

    Materials and methods.

    A randomized design was adopted, composed of six healthy agoutis, divided into two groups, named according to the sex of the animal, males (GM) and females (GF). Skin samples were obtained for stereological and ultrastructural evaluation by atomic force microscopy (AFM). For stereological analyzes, four samples of healthy skin from each animal, obtained from four anatomical regions were evaluated: dorsal thoraco-lumbar, plantar of the pelvic limb cushion, mesogastric ventral and lateral of the knee joint. For AFM analysis, two skin samples were obtained, divided into thin skin (back) and thick skin (pad), cut to four micrometers, stained with hematoxylin and eosin (HE) for stereological analysis and cut to two micrometers in 13mm coverslips, without staining, for analysis by AFM. Analysis of variance (ANOVA) was performed, followed by the Tukey test at 5% probability.

    Results and discussion.

    There were no statistical differences in epidermal and dermal volumetry between males and females, suggesting that sex hormones apparently do not influence the volume of strata and layers of the skin. Diametrically, significant differences (p <0.05) were identified between the layers of the skin, with the dermis having a greater total volume than the epidermis. Similarly, thin skin samples showed significant differences from thick skin samples, with volumetric differences between all epidermal strata. However, the strata did not show significant differences between the different anatomical regions of thin skin evaluated. The results show that the epidermal strata are well defined and the volumetry is probably correlated with the size and cell density of keratinocytes. AFM allowed us to identify that the agoutis skin does not present a linear and uniform pavement topography, but rather a topographic amplitude that rises from the basement membrane, with a non-homogeneous organization from the granular layer. Corneodesmosomes and tonofilaments were identified in all epidermal strata, including the stratum corneum, suggesting a probable maintenance of the activity of the anchoring proteins, even after cornification of these cells.

    Conclusion.

     The agouti skin does not differ in terms of sex. In addition, it has well-defined strata and layers, whose volumes are similar between samples of thin skin in different anatomical regions. Therefore, it is a potential model for dermatological studies because it presents skin tissue homogeneity between body regions.

  • Número de páginas: 2

  • Yago Gabriel da Silva Barbosa
  • Napoleão Martins Argolo Neto
  • Hermínio José da Rocha Neto
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