COVID-19: ACOMETIMENTOS NEUROVASCULARES
O agente viral Sars-Cov-2 demonstrou ser um patógeno de difícil controle e fácil propagação. Possui sintomatologia respiratória, com os principais sintomas sendo febre, tosse seca, dispneia e fadiga. Todavia, dados mostram complicações neurovasculares associadas, em especial os Acidentes Vasculares Cerebrais (AVCs). Tendo em vista o impacto dessa patologia, o capítulo aborda prováveis mecanismos que comprometem a vascularização encefálica e identifica tratamentos utilizados. Quanto a fisiopatologia, estudos apontam que o Sars-Cov-2 possui afinidade pelos receptores da enzima conversora de angiotensina 2 (ECA2), presentes no endotélio das artérias cerebrais, causando vasculites e rupturas da parede vascular. Os quadros graves da doença são caracterizados por resposta inflamatória imunológica intensa além de elevados níveis de citocinas pró-inflamatórias com a chamada “tempestade de citocinas”, o que pode resultar em lesão endotelial, com aumento da síntese de trombina e redução da fibrinólise. Associado ao estado de intensa resposta inflamatória, a infecção pelo Sars-CoV-2 envolve um estado de hipercoagulabilidade e isquemia. Esse cenário de desregulação do processo de coagulabilidade sanguínea, pode predispor complicações neurovasculares, como o Acidente Vascular Cerebral Isquêmico. Atualmente, em unidades de atendimento intensivo, a profilaxia para trombose, adotando pelo menos heparina de baixo peso molecular, é preconizada. Para combater a inflamação, o uso de anticorpo monoclonal IL-6R como Tocilizumabe, inibidores de TNF alfa como Etanercepte, e antagonistas de IL-1beta sugerem potenciais benefícios nos infectados, porém, o uso de imunossupressores pode preocupar quanto ao retardo na eliminação do vírus no organismo. Está sendo amplamente utilizado também o remdesivir como terapia antiviral para pacientes graves. Como conclusão, nota-se como o Sars-Cov-2 pode evoluir com complicações graves, como AVC isquêmico, afetando a qualidade de vida ou provocando a mortalidade dos pacientes. E fica evidente a necessidade de novos estudos que elucidem de forma mais efetiva a fisiopatologia associada ao quadro neurovascular, visando diagnósticos e terapêuticas mais eficazes.
COVID-19: ACOMETIMENTOS NEUROVASCULARES
-
DOI: 10.22533/at.ed.6552108095
-
Palavras-chave: “AVC”, ”Cerebrovascular”, “COVID-19”, ”Cérebro”, “Tratamento”.
-
Keywords: “Stroke”, ”Cerebrovascular”, “COVID-19”, ”Brain”, “Treatment”.
-
Abstract:
The viral agent Sars-Cov-2 proved to be a pathogen that is difficult to control and easy to spread. It has respiratory symptoms, with fever, dry cough, dyspnea and fatigue. However, data show associated neurovascular complications, especially cerebrovascular accidents (strokes). Given the impact of this pathology, the chapter discusses likely mechanisms that compromise brain vascularization and identifies treatments used. Regarding pathophysiology, studies show that Sars-Cov-2 has an affinity for angiotensin-2 converting enzyme (ACE2) receptors, present in the endothelium of cerebral arteries, causing vasculitis and ruptures of the vascular wall. The severe cases of the disease are characterized by an intense inflammatory immune response, in addition to high levels of pro-inflammatory cytokines with the so-called “cytokine storm”, which can result in endothelial damage, with increased thrombin synthesis and reduced fibrinolysis. Associated with a state of intense inflammatory response, Sars-CoV-2 infection involves a state of hypercoagulability and ischemia. This scenario of dysregulation of the blood coagulability process can predispose neurovascular complications, such as Ischemic Stroke. Currently, in intensive care units, thrombosis prophylaxis, adopting at least low molecular weight heparin, is recommended.To combat inflammation, the use of monoclonal antibody IL-6R such as Tocilizumab, TNF alpha inhibitors such as Etanercept, and IL-1beta antagonists suggest potential benefits in those infected, however, the use of immunosuppressants may concern the delay in the elimination of the virus in the body.Remdesivir is also being widely used as antiviral therapy for critically ill patients.In conclusion, it is noted how Sars-Cov-2 can evolve with serious complications, such as ischemic stroke, affecting the quality of life or causing mortality in patients. And the need for further studies that more effectively elucidate the pathophysiology associated with the neurovascular condition is evident, aiming at more effective diagnoses and therapies.
-
Número de páginas: 13
- Pedro Machado Batista
- Otávio Lima dos Reis