Artigo - Atena Editora

Artigo

Baixe agora

Livros

CORRELAÇÃO ENTRE AS VARIAÇÕES ANATÔMICAS NO CÍRCULO ARTERIAL DE WILLIS E O ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO

Objetivos: Revisar a anatomia do Círculo Arterial de Willis (CoW) destacando suas principais variações anatômicas e relacionando-as com possíveis alterações fisiopatológicas capazes de elevar a incidência de Acidentes Vasculares Encefálicos (AVEs) na população geral. Métodos: Foi realizada uma revisão bibliográfica anatômica, fisiopatológica e epidemiológica nas bases de dados Pubmed, Scielo e Google Scholar, utilizando-se os descritores: “Circle of Willis”, “Anatomical variations” e “Cerebrovascular accident”. Foi abordada a anatomia clássica do CoW, contemplando, também, as principais variações na vascularização da base do crânio e os aspectos epidemiológicos e fisiopatológicos correlatos, com destaque à possibilidade de aumento dos riscos de AVEs. Resultados: Dada a potencial função do CoW na manutenção do fluxo sanguíneo adequado, frente a processos que comprometem a irrigação cerebral, a associação entre algumas variantes anatômicas locais e o desenvolvimento de uma circulação colateral eficiente demonstraram diminuir os riscos de ataque isquêmico transitório e AVEs, quando em comparação aos riscos desses eventos para pacientes sem o desenvolvimento destas colaterais. Ademais, a maioria das casuísticas descrevem a hipoplasia da artéria comunicante posterior (AcoP) como principal variação encontrada no CoW, sendo seu menor diâmetro associado ao aumento das chances de eventos isquêmicos. A faixa de prevalência de hipoplasia da AcoP relatada foi de 8% a 28,7%.  Destaca-se, ainda, a associação entre a persistência de segmentos arteriais fetais relacionados ao mau desenvolvimento de circulação colateral compensatória em quadros oclusivos, o que favorece o desfecho de AVEs. Conclusões: Há evidências de que variações na morfologia clássica do CoW podem gerar repercussões clínicas variadas, com destaque aos casos de hipoplasia arterial e persistência de vasos fetais em indivíduos adultos, estando tais variações associadas ao mau desenvolvimento de uma circulação colateral compensatória em quadros oclusivos, levando a déficits extensos nos quadros isquêmicos. Deste modo, o conhecimento anatômico minucioso correlacionado ao entendimento da hemodinâmica cerebral poderá auxiliar na elucidação de questionamentos ainda presentes na comunidade científica acerca de diversas síndromes clínicas, oferecendo possibilidade de intervenções endovasculares e procedimentos neurocirúrgicos abertos mais seguros. Assim, possibilita-se oferecer um prognóstico mais favorável aos pacientes com riscos aumentados de AVEs.
Ler mais

CORRELAÇÃO ENTRE AS VARIAÇÕES ANATÔMICAS NO CÍRCULO ARTERIAL DE WILLIS E O ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO

  • DOI: https://doi.org/10.22533/at.ed.4882405026

  • Palavras-chave: "Polígono de Willis", "Variações Anatômicas", "Acidente Vascular Encefálico"

  • Keywords: “Circle of Willis”, “Anatomical variations”, “Cerebrovascular accident”

  • Abstract: Objectives: Review the anatomy of the Circle of Willis (CoW), emphasizing its main anatomical variations and linking them to potential physiopathological changes capable of increasing the incidence of stroke in the general population. Methods: An anatomical, physiopathological, and epidemiological literature review was conducted using Pubmed, Scielo, and Google Scholar databases. Employing the descriptors  "Circle of Willis," "Anatomical variations," and "stroke." The classic anatomy of the CoW was addressed, also covering the main variations in the vascularization of the skull base and related epidemiological and physiopathological aspects, with a focus on the potential increase in stroke risks. Results: Given the potential role of the CoW in maintaining adequate blood flow in the face of processes compromising cerebral irrigation, the association between some local anatomical variants and the development of efficient collateral circulation showed a reduction in the risks of transient ischemic attack and strokes compared to patients without the development of these collateral arteries. Additionally, most case studies describe hypoplasia of the posterior communicating artery (PcoA) as the main variation found in the CoW, with its smaller diameter associated with an increased likelihood of ischemic events. The reported prevalence range of PcoA hypoplasia was 8% to 28.7%. Furthermore, there is an association between the persistence of fetal arterial segments related to poor development of compensatory collateral circulation in occlusive conditions, favoring the outcome of strokes. Conclusions: There is evidence that variations in the classic morphology of the CoW can lead to diverse circulatory repercussions, particularly in cases of arterial hypoplasia and persistence of fetal vessels in adults. These variations are associated with the poor development of compensatory collateral circulation in occlusive conditions, leading to extensive deficits in ischemic scenarios. Thus, detailed anatomical knowledge correlated with an understanding of cerebral hemodynamics could assist in elucidating ongoing questions in the scientific community regarding various clinical syndromes, offering the possibility of safer endovascular interventions and open neurosurgical procedures. Consequently, it enables the provision of a more favorable prognosis for patients at increased risk of strokes.

  • Tailla Cristina de Oliveira
  • Lívia Dala Déa Ferreira Pocay
  • Maria Fernanda Müller Vaz
  • Marjorie Maria Monteiro Regis
  • Viviane Aline Buffon
  • Samir Ale Bark
  • Gustavo Rassier Isolan
  • Rafaela Fernandes Gonçalves
  • Ana Cristina Lira Sobral
  • Guilherme Dorabiallo Bark
  • Isabela Camilotti
  • Bruno Ale Bark
  • Pedro Lucas Beilner Holz
  • Christian Pontes Gaio
  • Natalia Silva Lemos
  • Tallis Henrique de Oliveira
Fale conosco Whatsapp