COR/RAÇA AUTORREFERIDA E REFERIDA POR PROXY E AVALIAÇÃO DO ESTADO DE SAÚDE NO BRASIL
O sistema de classificação racial
pode influenciar a associação da cor/raça
com as condições de saúde. Avaliou-se a
influência da variável cor/raça branca e negra
autorreferida ou referida por terceiros (proxy) na
avaliação do estado global de saúde de 135.998
adultos brasileiros com ≥20 anos entrevistados
na PNS 2013. Utilizou-se o método de Escore
de Propensão (EP) para corrigir a falta de
comparabilidade entre os grupos de adultos em
estudo que tiveram a cor/raça autorreferida e
referidos por terceiros. O EP foi estimado por
regressão logística e reflete a probabilidade
condicional de autorreferir a cor/raça dado
um conjunto de covariáveis. Estimaram-se as
prevalências de avaliação negativa de saúde
entre brancos e negros e incorporaram-se os
efeitos da amostragem complexa da PNS em
todas as fases da análise. Observou-se que
42,4% dos adultos tiveram a cor/raça referida
por terceiros. Independentemente de quem
informou a cor/raça, a maioria dos adultos foram
classificados negros. Após a correção pelo
EP, negros tiveram sistematicamente maiores
prevalências de avaliação negativa de saúde
em ambos os tipos de informante da variável cor/
raça. Verificou-se que a cor/raça afetou a saúde
e influenciou o nível de desigualdade em saúde
no Brasil. A permanência das desigualdades
raciais em saúde em ambos os modos de
classificação racial aponta o crônico problema
de iniquidades racial em saúde no país.
COR/RAÇA AUTORREFERIDA E REFERIDA POR PROXY E AVALIAÇÃO DO ESTADO DE SAÚDE NO BRASIL
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DOI: 10.22533/at.ed.95819130610
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Palavras-chave: Raça e saúde; Autoavaliação em saúde; Relações raciais; Inquéritos de saúde.
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Keywords: Race and health; Health self-evaluation; Race relations; Health inquires.
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Abstract:
The racial classification system it may influence the association of color/
race with health conditions. It was evaluated the influence of the self-referenced white
or black color or race variable in the evaluation of the overall health status of 135,998
Brazilian adults with ≥20 years of age who were interviewed in the National Health
Search (NHS) 2013. The Propensity Score (PS) to correct the lack of comparability
between the groups of study adults who had color/race self-referred and referred by
third parties. The PS was estimated by logistic regression and reflects the conditional
probability of self-referencing color/race given a set of covariates. The prevalence of
negative health evaluation among whites and blacks was estimated and the effects
of the complex NHS sampling were incorporated in all phases of the analysis. It
was observed that 42.4% of the adults had the color/race reported by third parties.
Regardless of who reported the color/race, the majority of the adults were classified as
blacks. After correcting for PS, blacks systematically had higher prevalence of negative
health assessment in both types of color/race variable informants. It was verified that
color/race affected health and influenced the level of inequality in health in Brazil. The
persistence of racial inequalities in health in both modes of racial classification points
to the chronic problem of racial health’s inequities in the country.
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Número de páginas: 15
- Alécia Maria da Silva
- Thalita Costa Silva
- Andréa Suzana Vieira Costa
- Jessica Pronestino Moreira Lima
- Ronir Raggio Luiz
- Bruno Luciano Carneiro Alves de Oliveira