Contribuições do PIBID para uma educação inclusiva: O ensino de matemática para alunos surdos
No cenário da educação escolar atual,
percebe-se que cada vez mais aumentam os
debates e as tentativas de inclusão de indivíduos
portadores de Necessidades Educativas
Especiais (NEE), em classes regulares. Diante
dos modelos de inclusão, a sociedade passa por
um processo de adaptação, e busca incluir em
seus sistemas sociais gerais tais pessoas com
NEE. Algumas escolas vivenciam o embate da
inclusão apenas de forma teórica, para cumprir
e atender as garantias da Lei, porém nem
sempre os alunos da Educação Especial estão
incluídos de fato, principalmente no tocante
a questões de aprendizagem. A matemática
como uma ciência de extrema importância para
a vida social possui uma linguagem própria,
com códigos muito específicos, podendo
apresentar-se em alguns momentos com alguns
conteúdos de difícil assimilação, sendo assim
muitas vezes um obstáculo nos processos de
aprendizagem de muitos alunos na educação
básica, e em especial de alunos com alguma
necessidade educacional especial. Através de
uma experiência proporcionada pelo Programa
Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência
(PIBID), na escola Estadual Unidade Integrada
Duque de Caxias do município de São Luís no
Maranhão, tivemos a oportunidade de vivenciar
as dificuldades apresentadas pelo modelo atual
de inclusão educacional, ao presenciarmos as
complicações de um professor de matemática
ao ministrar um conteúdo específico, para
um aluno surdo, numa sala regular de ensino
fundamental, onde mesmo com a presença de
um intérprete, ficaram evidentes lacunas no
processo de ensino, e como consequência,
o não aprendizado do aluno em questão. A
partir do exposto, surge necessidade de se
investigar “Como as metodologias de ensino
da matemática podem diminuir as dificuldades
de aprendizagem dos alunos com deficiência
auditiva? Quais as dificuldades do ensino
da matemática para alunos com deficiência
auditiva? Sabemos que as dificuldades
enfrentadas pelo professor são muitas, desde a
sua formação que muitas vezes não contempla
ações de inclusão, como a própria carência
de metodologias que favoreçam o ensino da linguagem matemática. Também destacamos aspectos como a falta, ou a pobre
interação entre professor e aluno em sala de aula, ainda mais em se tratando de
alunos surdos, onde existe a presença de uma terceira pessoa, o intérprete, que na
maioria das vezes acaba sendo cobrado para além do esperado pelo seu papel. Desta
forma, o presente trabalho visa contribuir para discussão e levantamento de questões
problemáticas que obstaculizam a aprendizagem dos conteúdos matemáticos, em
especial para público alvo da educação especial como alunos surdos. O presente
estudo tem como fundamentação teórica os conceitos defendidos por Vygotsky, que
enfatiza a interação em sala de aula como potencial componente do processo ensino
aprendizagem, e de Jean Piaget que sinaliza a importância dos jogos como ferramenta
que favorece a aprendizagem dos alunos. Assim, destacamos a importância de um
acréscimo na formação do professor sobre conhecimentos de metodologias inclusivas
e a partir delas, proporcionar uma maior interação do professor com o aluno surdo,
através, por exemplo, de utilização de metodologias lúdicas. A metodologia utilizada
para coleta de dados foi a observação direta e questionário avaliativo, com um 1
professor de matemática e 24 alunos, dentre estes 2 alunos com deficiência auditiva.
Tendo como metodologia lúdica a utilização da Escala Cuisenaire para a fixação do
conteúdo de Divisão dentro das operações básicas da Matemática. Após a aplicação
da atividade com o material concreto, busca-se evidenciar a importância das atividades
lúdicas que exploram aspectos visuais para os alunos surdos na compreensão dos
conteúdos matemáticos em sala de aula. Como um dos resultados desse trabalho,
podemos citar a transformação que essa experiência nos proporcionou como futuros
professores de matemática, de perceber a importância do uso de novas estratégias
de ensino, a fim de alcançar a verdadeira inclusão na sala de aula. Também se espera
que através de pesquisas e práticas pedagógicas inclusivas diminuam as lacunas que
impedem a aprendizagem, dentre elas destacamos o preconceito, levando sempre em
consideração que ser surdo é uma diferença, não uma deficiência.
Contribuições do PIBID para uma educação inclusiva: O ensino de matemática para alunos surdos
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DOI: 10.22533/at.ed.3411914082
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Palavras-chave: Ensino de Matemática. Inclusão. Alunos Surdos
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Keywords: Mathematics Teaching. Inclusion. Deaf Students
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Abstract:
In the current school education scenario, it is noticed a raise of debates
and the attempts to include individuals with special educational needs (SEN), in regular
classes. Faced with inclusion models, society undergoes an adaptation process, and
seeks to include in its general social systems such people with SEN. Some schools
experience the clash of inclusion only in a theoretical way, to comply with the guarantees
of the Law, but not always Special Education students are included in fact, especially
with regard to learning issues. Mathematics as a science of extreme importance for
social life has its own language, with very specific codes, being able to present itself
in some moments with some contents of difficult assimilation, being therefore often
an obstacle in the learning processes of many students in the basic education, and especially of students with special educational needs. Through an experience provided
by the Institutional Scholarship Initiative Program (Pibid), at the State School Integrated
Unit Duque de Caxias of the county of São Luís in Maranhão, we had the opportunity
to experience the difficulties presented by the current model of educational inclusion,
we should be able to testify the complications of a mathematics teacher by providing
a specific content for a deaf student in a regular elementary school room where, even
with the presence of an interpreter, there were evident gaps in the teaching process,
and as a consequence, non-learning of the student in question. From the above comes
the central problem of this research: What are the difficulties of teaching mathematics
to students with hearing loss? We know that the difficulties faced by the teacher are
many, since their formation that often does not contemplate inclusion actions, such
as the lack of methodologies that favor the teaching of mathematical language. We
also highlight aspects such as the lack of, or the poor interaction between teacher and
student in the classroom, even more in the case of hard of hearing students, where
there is the presence of a third person, the interpreter, who in most cases ends up being
charged for beyond what is expected by his role. In this way, the present work aims to
contribute to the discussion and raising of problematic issues that hinder the learning of
mathematical contents, especially for the target audience of special education as deaf
students. The present study has as theoretical foundation the concepts defended by
Vygotsky, which emphasizes the interaction in the classroom as a potential component
of the learning teaching process, and Jean Piaget that signals the importance of games
as a tool that favors students’ learning. Thus, we emphasize the importance of an
increase in the teacher training on knowledge of inclusive methodologies and from
them, to provide a greater interaction of the teacher with the deaf student, through, for
example, the use of playful methodologies. The methodology used for data collection
was direct observation and evaluation questionnaire, with 1 mathematics teacher and
24 students, among these 2 students with hearing impairment. Using as a playful
methodology the use of the Cuisenaire Scale to fix the Division content within the
basic Mathematical operations. After applying the activity with the concrete material,
we try to highlight the importance of playful activities that explore visual aspects for
deaf students in the understanding of mathematical contents in the classroom. As one
of the results of this work, we can cite the transformation that this experience has given
us as, future teachers of mathematics, to realize the importance of using new teaching
strategies in order to achieve true inclusion in the classroom. It is also hoped that
through research and inclusive pedagogical practices they will reduce the gaps that
prevent learning, among which we highlight prejudice, always taking into account that
being deaf is a difference, not a disability
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Número de páginas: 15
- Dayla Costa Guedes
- Dea Nunes Fernandes
- Fernanda Milla Silva Araújo
- Letícia Baluz Maciel
- Ana Telma da Silva Miranda