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capa do ebook Conhecer para atuar, atuar para conhecer: Pelos indícios de uma ciência social popular e mobilizada

Conhecer para atuar, atuar para conhecer: Pelos indícios de uma ciência social popular e mobilizada

A emancipação política, cultural e econômica das classes populares por seus próprios meios passa pelo conhecimento das condições sociais em que vivem e se mobilizam. Todavia, as ciências sociais, nascidas com boa dose de positivismo, ainda possuem uma forte orientação de entrincheiramento no locus universitário, o que dificulta o diálogo necessário com os principais movimentos emancipatórias. A popularização das universidades por meio da inclusão dos atores populares como sujeitos do conhecimento e a quebra do padrão centro-periferia na produção de conhecimento universitário são características vitais para abrir esse diálogo. Uma ciência social para além das instituições possibilita a dinamização da produção de conhecimento e o uso crítico dos próprios saberes locais, fatos que a tingem com cores de democratização radical, ampliando sua capilaridade e sua abertura a epistemologias populares. É neste contexto que buscamos compreender a Investigação-Ação Participativa de Orlando Fals Borda, assim como as releituras de autores que seguiram seus passos, influenciadores e influenciados por movimentos anti-sistêmicos latino-americanos, como Mariana Bayo e Andrés Aubry. Procuramos compreender como as ciências sociais podem estabelecer um diálogo não-hierarquizado entre o saber acadêmico e a produção de conhecimento pelos movimentos territorializados e romper com a divisão entre sujeito e objeto do conhecimento. É possível elencarmos três caminhos para uma radicalização democrática do ensino e da aprendizagem: i) a popularização da universidade, ii) a estratégia de ampliar o ensino para fora da academia, iii) o diálogo não-hierarquizado com os movimentos sociais locais, que produzem saber em seus territórios. É por esses elementos que procuramos os indícios, as pistas deixadas pela busca em construir uma outra ciência social, popular e mobilizada que, por um lado, se apresente crítica e comprometida com a luta dos movimentos anti-sistêmicos, e por outro, almeje ser acessível à leitura das classes populares e aberta aos saberes tradicionais.

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Conhecer para atuar, atuar para conhecer: Pelos indícios de uma ciência social popular e mobilizada

  • DOI: 10.22533/at.ed.7812009098

  • Palavras-chave: Autonomia; Educação; Investigação Militante

  • Keywords: Autonomy; Education; militant investigation

  • Abstract:

    The political, cultural, and economic emancipation of the popular classes by their own means involves knowing the social conditions in which they live and mobilize. The social sciences, however, born with a good dose of positivism and still have a strong orientation of entrenchment in the university locus, which hinders the necessary dialogue with the main emancipatory movements. The popularization of universities through the inclusion of popular actors as subjects of knowledge and the breaking of the center-periphery pattern in the production of academic knowledge are vital characteristics to open this dialogue. A social science beyond the institutions enables the dynamization of knowledge production and the critical use of local knowledge itself, facts that dye it with colors of radical democratization, expanding its capillarity and its openness to popular epistemologies. In this context, we seek to understand Orlando Fals Borda's Participatory Action-Research, as well as the reinterpretations of authors who followed in his footsteps, influencing and influenced by Latin American anti-systemic movements, such as Mariana Bayo and Andrés Aubry. We seek to understand how the social sciences can establish a non-hierarchical dialogue between academic knowledge and the production of knowledge by territorialized movements and break with the division between subject and object of knowledge. It is possible to list three paths for a democratic radicalization of teaching and learning: i) the popularization of the university, ii) the strategy of expanding teaching outside the academy, iii) the non-hierarchical dialogue with the local social movements that produce knowledge in their territories. It is by these elements that we look for the evidences, the clues left by the search to build another social science, popular and mobilized that, on the one hand, is critical and committed to the struggle of anti-systemic movements, and on the other, aims to be accessible to the reading of popular classes and open to traditional knowledge.

  • Número de páginas: 21

  • William Bueno Rebouças
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