Como o HIV Resiste às Terapias Gênicas Baseadas em Edição do Genoma (CRISPR-Cas9)
O vírus da imunodeficiência humana tipo 1 (HIV-1) permanece como um dos maiores desafios da biomedicina moderna devido à sua capacidade de persistir em reservatórios celulares e de desenvolver resistência a diferentes estratégias terapêuticas. A tecnologia CRISPR-Cas9, ao permitir a clivagem específica do DNA proviral integrado, surgiu como uma abordagem promissora para a eliminação do HIV. Contudo, a elevada taxa de mutação e a plasticidade adaptativa do vírus possibilitam o surgimento de mecanismos de escape, que comprometem a eficácia dessa ferramenta. Nesta revisão narrativa, foram analisadas as evidências atuais sobre os processos de resistência do HIV ao CRISPR-Cas9, incluindo mutações nos sítios-alvo, reparo impreciso por NHEJ, seleção de variantes de quasispecies, variabilidade intersubtipo e manutenção de reservatórios latentes. Também foram discutidas estratégias de contorno, como o uso de múltiplos sgRNAs, o direcionamento a regiões altamente conservadas, a combinação com terapia antirretroviral, a exploração de nucleases alternativas e a otimização dos sistemas de entrega. Conclui-se que, embora o HIV apresente diversas rotas adaptativas de escape, avanços tecnológicos e terapêuticos integrados podem ampliar a eficácia do CRISPR-Cas9, aproximando a comunidade científica do objetivo de uma cura funcional ou esterilizante da infecção.
Como o HIV Resiste às Terapias Gênicas Baseadas em Edição do Genoma (CRISPR-Cas9)
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DOI: https://doi.org/10.22533/at.ed.16125161011
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Palavras-chave: HIV; CRISPR-Cas9; resistência viral; escape viral; edição genômica.
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Keywords: -
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Abstract: -
- Vanessa Mazzardo
- Elisângela de Oliveira Pereira
- Hoctávio Pereira de Sá
- Luiz Vicente Antunes Zappelini
- Mayara Zandona Boscari
- Henrique Muller Genero