Artigo - Atena Editora

Artigo

Baixe agora

Livros

COFILINA-1 E A REPROGRAMAÇÃO METABÓLICA EM ADENOCARCINOMAS PULMONARES: UM BIOMARCADOR PARA NOVAS PERSPECTIVAS TERAPÊUTICAS?

O câncer de pulmão, líder mundial em mortalidade oncológica, é marcado por grande heterogeneidade molecular e por elevada taxa de resistência a terapias estabelecidas. O carcinoma de não pequenas células (CPNPC), responsável por cerca de 85% dos casos, engloba adenocarcinomas, carcinomas escamosos e de grandes células, que apresentam diferenças relevantes em etiologia, evolução e resposta terapêutica. Nos últimos anos, o avanço das plataformas de sequenciamento genético permitiu identificar mutações em genes como EGFR, KRAS, ALK e ROS1, que orientam o uso de terapias-alvo, como os inibidores de tirosina cinases (TKI). Apesar dos benefícios, a resistência adquirida continua sendo um obstáculo clínico, exigindo abordagens terapêuticas mais abrangentes. Nesse contexto, a reprogramação metabólica do CPNPC ganha destaque como um dos hallmarks tumorais, sustentando proliferação, evasão da morte celular e invasividade. Alterações em glicólise, metabolismo de glutamina, β-oxidação e fosforilação oxidativa são moduladas por oncogenes clássicos, mas também dependem de reguladores da dinâmica mitocondrial, entre os quais a proteína cofilina-1 (CFL1) se sobressai. Originalmente descrita como reguladora do citoesqueleto de actina, a cofilina-1 desempenha papéis críticos na remodelação mitocondrial, na resposta ao estresse oxidativo e no controle da apoptose. Sua translocação para a mitocôndria pode desencadear fissão, liberação de citocromo c e morte celular, mas, paradoxalmente, níveis elevados de CFL1 em tumores estão associados à proliferação, metástase e resistência a quimio, radio e imunoterapia. O acúmulo de evidências posiciona a cofilina-1 como um elo entre desregulação metabólica e adaptação tumoral, influenciando vulnerabilidades bioenergéticas e mecanismos de resistência. Assim, sua exploração como biomarcador e alvo terapêutico pode ampliar as fronteiras da oncologia de precisão, favorecendo estratégias combinatórias que integrem inibidores metabólicos, TKI e imunoterapia. A compreensão da cofilina-1 na interface entre metabolismo e sobrevivência celular oferece novas perspectivas para superar limitações atuais no tratamento do câncer de pulmão.
Ler mais

COFILINA-1 E A REPROGRAMAÇÃO METABÓLICA EM ADENOCARCINOMAS PULMONARES: UM BIOMARCADOR PARA NOVAS PERSPECTIVAS TERAPÊUTICAS?

  • DOI: https://doi.org/10.22533/at.ed.8631825010812

  • Palavras-chave: Adenocarcinoma pulmonar, cofilina-1, biomarcador, reprogramação metabólica.

  • Keywords: lung adenocarcinoma, cofilin-1, biomarker, metabolic reprogramming

  • Abstract: Lung cancer, the world's leading cause of cancer mortality, is characterized by significant molecular heterogeneity and a high rate of resistance to established therapies. Non-small cell lung cancer (NSCLC), which accounts for approximately 85% of cases, encompasses adenocarcinomas, squamous cell carcinomas, and large cell carcinomas, which exhibit significant differences in etiology, progression, and therapeutic response. In recent years, advances in genetic sequencing platforms have identified mutations in genes such as EGFR, KRAS, ALK, and ROS1, guiding the use of targeted therapies such as tyrosine kinase inhibitors (TKIs). Despite these benefits, acquired resistance remains a clinical obstacle, requiring more comprehensive therapeutic approaches. In this context, metabolic reprogramming in NSCLC stands out as one of the hallmarks of tumor proliferation, evasion of cell death, and invasiveness. Alterations in glycolysis, glutamine metabolism, β-oxidation, and oxidative phosphorylation are modulated by classical oncogenes, but also depend on regulators of mitochondrial dynamics, among which the protein cofilin-1 (CFL1) stands out. Originally described as a regulator of the actin cytoskeleton, cofilin-1 plays critical roles in mitochondrial remodeling, the response to oxidative stress, and the control of apoptosis. Its translocation to mitochondria can trigger fission, cytochrome c release, and cell death. However, paradoxically, elevated CFL1 levels in tumors are associated with proliferation, metastasis, and resistance to chemo-, radio-, and immunotherapy. Accumulating evidence positions cofilin-1 as a link between metabolic dysregulation and tumor adaptation, influencing bioenergetic vulnerabilities and resistance mechanisms. Thus, its exploration as a biomarker and therapeutic target can expand the frontiers of precision oncology, favoring combinatorial strategies that integrate metabolic inhibitors, TKIs, and immunotherapy. Understanding cofilin-1 at the interface between metabolism and cell survival offers new perspectives for overcoming current limitations in lung cancer treatment.

  • Pedro Augusto Chikoski Albrecht
  • Bruna Klein Brun
  • Fábio Klamt
Fale conosco Whatsapp