Santarém é o principal polo de desembarque pesqueiro do Baixo Amazonas, mas seu histórico produtivo é inferior a 5.819 toneladas/ano, onde metade se direciona a indústria de beneficiamento. A mais de uma década a coleta do desembarque pesqueiro não é realizada subestimando sua importância no setor pesqueiro, o que objetivou o estudo da circulação de pescado através de caminhões, empresários e indústrias de beneficiamento de pescado. Os dados foram coletados em 2018 utilizando formulários semiestruturados, notas fiscais e declarações de representantes de indústrias, analisados com ferramentas da estatística descritiva. Caminhoneiros e empresários movimentam 5.689 toneladas/ano de pescado (72,9% de origem extrativa) desembarcados por 160 barcos de pesca e 3.000 pescadores. Destinam a produção para Belém/PA, Brasília/DF, Paraíba/PB, Maranhão/MA, China e Coréia do Norte. Uma indústria de beneficiamento de pescado comercializou 76 produtos a partir de 20 grupos de espécies, totalizando 2.129 toneladas comercializadas para 7 estados, com destaque para Goiás, São Paulo e Distrito Federal. Com base nas taxas de rendimento declaradas, a quantidade de matéria-prima adquirida pela indústria supera 5.638 toneladas. Dessa forma, caminhoneiros, empresários e  indústria circularam de 6.278 a 11.327 toneladas de pescado em Santarém em 2018, quase 3 vezes a série histórica conhecida. Os atrativos do comércio de pescado: boa oferta e demanda de peixe e preço atrativo (preço de cidade pequena), entre as dificuldades: demanda melhorias na estrutura dos pontos para diminuir a demora e evitar perda de qualidade do produto, dificuldades no deslocamento rodoviário no período chuvoso. Dos entrevistados, somente 25,0% observaram mudanças na quantidade ou tamanho de espécies desembarcadas. Os resultados destacam Santarém como polo produtor e de circulação de pescado, o que demanda estudos para qualificar e quantificar a oferta e demanda de pescado, onde o montante comercializado para o consumidor local seja inserido.