O presente artigo procura verificar

como as imagens contidas em produtos

cinematográficos destinados às crianças

conseguem executar conexões entre diferentes

gerações, tornando-se representantes

transgeracionais da cultura. Primeiramente

serão abordados diferentes entendimentos

sobre o cinema infantil e seu pertencimento

ao circuito comercial, tensionando a relevância

deste segmento para as gerações sociais

sob os aspectos teóricos de MORIN. Após

a compreensão sobre a indústria cultural

no século XX, as imagens dos produtos

cinematográficos são colocadas sob o prisma

crítico da semiótica da cultura e do cinema,

pertencendo também à imagem-movimento

e suas categorias analisadas por DELEUZE.

A imagem e seu processo de ancoragem

serão entendidos dentro do ciclo geracional

desenvolvido por STRAUSS e HOWIE, que

possibilita compreender como a aceitação do

cinema infantil como produto cultural foi sendo

possível no decorrer da história até chegar à sua

visibilidade e relevância atual para a geração

Millennial e Alpha. Por fim, serão analisados

dois produtos culturais que verificam a eficâcia

das estratégias de ancoragem na imagemmovimento

para filmes comerciais levando-os

ao sucesso ou ao fracasso, procurando reforçar

as observações iniciais sobre as imagens

no cinema contemporâneo como produto

transgeracional.