CIDADANIA NA ESCOLA
A pesquisa teve como o objetivo geral analisar e interpretar os desdobramentos da cidadania na formação de jovens do ensino médio em uma escola pública e uma privada de uma cidade do Vale dos Sinos/RS. Caracterizou-se como qualitativo descritivo e interpretativo, tendo como critério de escolha as escolas com maior número de alunos matriculados no ensino médio no ano de 2018, na respectiva cidade. A imersão no campo empírico se deu através de observações que ocorreram de março a junho de 2018, análise dos Projetos Políticos Pedagógicos (PPP) e entrevistas com equipe diretiva e professores, através da ferramenta bola de neve. Os resultados foram divididos de acordo com os objetivos específicos em cinco artigos: 1) A cidadania na formação de jovens do ensino médio na dimensão dos projetos políticos pedagógicos; 2) A cidadania na formação de jovens do ensino médio na dimensão do cotidiano escolar; 3) A cidadania na formação de jovens do ensino médio na dimensão das metodologias de ensino e do fazer docente; 4) a cidadania na disciplina de sociologia; 5) a disciplina na disciplina de educação física. Com isso se percebeu que a escola privada possui um discurso e prática mais coerente e coletivo na busca pela formação da cidadania, tomando como base o perfil do egresso (aluno questionador, capaz de analisar e se posicionar criticamente no mundo, buscando solucionar problemas de forma criativa e inovadora, sabendo interagir com o outro e suas diferenças). Apesar de a escola pública apontar em seu PPP a formação de um sujeito crítico, que saiba lidar com desafios e que seja atuante na sociedade, isso não ficou perceptível de forma coletiva no discurso dos entrevistados e nas práticas observadas, sendo exceção por parte de alguns docentes somente. A formação da/para a cidadania estava atrelada ao compromisso de cada docente. No que tange o cotidiano escolar, percebeu-se que a escola pública segue o padrão de escola instituído pela sociedade, marcada por uma cultura escolar enraizada, através de seu funcionamento e de normas de condutas que são bem definidas e rígidas, direcionando muito mais para o dever do que o convívio, de obrigação de conduta de comportamento e de enquadramento de dever do comportamento social, limitando a cidadania plena. Já a privada rompeu com essa cultura ao modificar sua organização e utilizar metodologias ativas e colaborativas, havendo flexibilidade, diálogo, construção, questionamentos e autonomia dos alunos para se expressarem dentro da escola, ampliando seu protagonismo e a possibilidade de se desenvolver socialmente, tendo voz e vez nos processos decisórios. Em relação às metodologias de ensino e fazer docente, na pública o método tradicional e conteudista prevalecem, fazendo com que as conexões, contextualizações, criatividade, criticidade e reflexões sejam limitadas, em função das divisões das disciplinas. Enquanto que na privada os métodos ativos e colaborativos, ao promoverem atividades de resolução de conflitos e projetos que envolvem todas as áreas de conhecimento, desenvolvem um aluno com mais autonomia, criatividade, mais crítico, mais reflexivo, que se sensibiliza e busca respostas para diversas situações, ou seja, uma cidadania construída a partir do cotidiano, com elementos que nos cercam e necessitam de reflexão.
CIDADANIA NA ESCOLA
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DOI: 10.22533/at.ed.412222308
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Palavras-chave: Cidadania. Formação. Cidadão. Escola. Educação.
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Keywords: Cidadania. Formação. Cidadão. Escola. Educação.
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Abstract:
A pesquisa teve como o objetivo geral analisar e interpretar os desdobramentos da cidadania na formação de jovens do ensino médio em uma escola pública e uma privada de uma cidade do Vale dos Sinos/RS. Caracterizou-se como qualitativo descritivo e interpretativo, tendo como critério de escolha as escolas com maior número de alunos matriculados no ensino médio no ano de 2018, na respectiva cidade. A imersão no campo empírico se deu através de observações que ocorreram de março a junho de 2018, análise dos Projetos Políticos Pedagógicos (PPP) e entrevistas com equipe diretiva e professores, através da ferramenta bola de neve. Os resultados foram divididos de acordo com os objetivos específicos em cinco artigos: 1) A cidadania na formação de jovens do ensino médio na dimensão dos projetos políticos pedagógicos; 2) A cidadania na formação de jovens do ensino médio na dimensão do cotidiano escolar; 3) A cidadania na formação de jovens do ensino médio na dimensão das metodologias de ensino e do fazer docente; 4) a cidadania na disciplina de sociologia; 5) a disciplina na disciplina de educação física. Com isso se percebeu que a escola privada possui um discurso e prática mais coerente e coletivo na busca pela formação da cidadania, tomando como base o perfil do egresso (aluno questionador, capaz de analisar e se posicionar criticamente no mundo, buscando solucionar problemas de forma criativa e inovadora, sabendo interagir com o outro e suas diferenças). Apesar de a escola pública apontar em seu PPP a formação de um sujeito crítico, que saiba lidar com desafios e que seja atuante na sociedade, isso não ficou perceptível de forma coletiva no discurso dos entrevistados e nas práticas observadas, sendo exceção por parte de alguns docentes somente. A formação da/para a cidadania estava atrelada ao compromisso de cada docente. No que tange o cotidiano escolar, percebeu-se que a escola pública segue o padrão de escola instituído pela sociedade, marcada por uma cultura escolar enraizada, através de seu funcionamento e de normas de condutas que são bem definidas e rígidas, direcionando muito mais para o dever do que o convívio, de obrigação de conduta de comportamento e de enquadramento de dever do comportamento social, limitando a cidadania plena. Já a privada rompeu com essa cultura ao modificar sua organização e utilizar metodologias ativas e colaborativas, havendo flexibilidade, diálogo, construção, questionamentos e autonomia dos alunos para se expressarem dentro da escola, ampliando seu protagonismo e a possibilidade de se desenvolver socialmente, tendo voz e vez nos processos decisórios. Em relação às metodologias de ensino e fazer docente, na pública o método tradicional e conteudista prevalecem, fazendo com que as conexões, contextualizações, criatividade, criticidade e reflexões sejam limitadas, em função das divisões das disciplinas. Enquanto que na privada os métodos ativos e colaborativos, ao promoverem atividades de resolução de conflitos e projetos que envolvem todas as áreas de conhecimento, desenvolvem um aluno com mais autonomia, criatividade, mais crítico, mais reflexivo, que se sensibiliza e busca respostas para diversas situações, ou seja, uma cidadania construída a partir do cotidiano, com elementos que nos cercam e necessitam de reflexão.
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Número de páginas: 122
- Janaina Andretta Dieder