Cartas ao Imaginário Feminino na América Oitocentista
Ambientado no Brasil oitocentista, sedente de editoras e escritos, encontra-se diversas publicações oriundas de traduções do espanhol, inglês, francês, destacando-se os manuais de civilidade; que dada sua natureza impeliam o leitor a determinadas formas de conduta. A obra supracitada, “Cartas sobre a educação das meninas por uma senhora americana” traduzida para o português por João Cândido de Deos e Silva, de suposta autoria de uma “senhora americana”, tornou-se mais que um manual de civilidade, ganhando as salas de aula, sendo indicado para as professoras acabou ditando uma forma de imaginário feminino. Este trabalho visa debater a falseta de autoria imposta ao leitor, e a imposição de um determinado padrão normativo de condutas a partir de um produto literário. A crença no anonimato autoral feminino da obra ainda repercute em dias atuais na academia, consagrando a sua redação concisa e precisa. A obra de José Joaquin de Mora, real autor, incide no imaginário feminino, ao se esconder sob o manto de uma americana anônima. Utiliza-se do discurso criando laços identitários para atrair seu público, produzindo intimidade, cumplicidade e serve-se da forma epistolar como associação ao catolicismo remetendo a determinadas características desejadas à mulher.
Cartas ao Imaginário Feminino na América Oitocentista
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DOI: 10.22533/at.ed.21521120110
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Palavras-chave: Discurso. Imaginário. Feminino. Mulher.
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Keywords: Discourse. Imaginary. Feminine. Woman.
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Abstract:
Set in Brazil in the 1800s, lacking publishers and writings, there are several publications coming from translations from Spanish, English, French, highlighting the civility manuals. These manuals make the reader have certain forms of conduct. The aforementioned work, “Letters on the education of girls by an American lady” was translated into Portuguese by João Cândido de Deos e Silva; of supposed fictional authorship of an "American lady". In Brazil and Latin America it became more than a civility manual, as it went to the classrooms. It was indicated for the teachers ended up writing a form of imaginary feminine. the objective is to discuss both the lie of authorship and the imposition of a certain set of behaviors based on a literary product.The feminine authorial anonymity of the work still resonates today in the academy, consecrating its concise and precise wording. Mora, the real author, focuses on the female imagination, hiding under the cover of an anonymous American woman, using discourse to create identity bonds to attract her audience, producing intimacy, complicity and using the epistolary form as an association with Catholicism certain characteristics desired by women.
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Número de páginas: 15
- Valter Andre Jonathan Osvaldo Abbeg
- Samara Elisana Nicareta