Este estudo objetiva caracterizar os casos notificados de negligência infanto-juvenil na região da Foz do Rio Itajaí, entre os anos 2017 a 2021, identificando às crianças quanto a faixa etária da população notificada, sexo, raça, escolaridade e os tipos de negligências notificadas e investigadas. A metodologia utilizada foi quantitativa de corte transversal, realizada por meio de coleta e análise dos dados disponíveis nos Sistemas de Informação em Saúde –TABNET/SINAN. Os resultados apontam que foram notificados em sua totalidade 2.857 casos, destes, 2.034 referentes a violências e abandono (71,40%), 183 casos (6,60%) relacionados as violências referentes a trabalho infantil, força corporal e espancamento e 625 casos (22%) relacionadas a outras violências não classificadas. Quanto a idade a maioria 1.041 (36,43%) correspondiam a crianças de 1-4 anos, sendo do sexo feminino 1.575 (55,12%). Quanto a raça mais acometida com as negligências/violências foram as crianças da raça branca, sendo um percentual entre 79% a 90,93% nos anos analisados. Em relação à escolaridade percebeu-se que as negligências/violências ocorrem em maior percentual nas crianças que ainda não haviam iniciado as séries iniciais, sendo o percentual entre 53,88% a 74,17%. A violência é um grave problema de saúde pública. Os profissionais de saúde têm um papel fundamental no atendimento, seja na Atenção Básica ou na Atenção Especializada, onde a notificação de negligência/violência é extremamente importante para a continuidade do acompanhamento desta criança pelo Serviço Social, Conselho Tutelar e intervenção do Ministério Publico quando acionado.