CAPITALISMO E DESARTICULAÇÃO PSICOSSOCIAL: CONTRIBUIÇÕES AO DEBATE.
A presente proposta de trabalho se baseia na experiência docente dos autores, e no uso da sala de aula como um espaço privilegiado para a observação das dinâmicas da sociedade. Partimos da perspectiva de que as dinâmicas, muitas vezes sutis, que acontecem nas salas de aula, podem ser usadas como indicativos de transformações sociais vigentes ou em gestação. Ou seja, a sala de aula funciona como um reflexo da sociedade, de modo que o que acontece na sala de aula, é condizente com o que acontece na sociedade mais ampla. Desse modo, buscaremos defender a tese de que houve uma considerável mudança na percepção da realidade entre os jovens nas últimas duas décadas, decorrente de um mecanismo complexo, cujo núcleo poderíamos chamar “desrealização” (JAPPE, 2013), que opera fortemente nos anos iniciais do século XXI. Assim, considerando a sala de aula como um campo de interação/observação, queremos sustentar a perspectiva de que ela reflete uma alteração na percepção da realidade e do tempo histórico por parte das novas gerações. Lipovetsky (1989) afirma que cada tempo histórico na trajetória da humanidade, pode ser caracterizado a partir de um modelo perceptivo da realidade, defendendo o ponto de vista de que o momento histórico atual tem essa marca de efêmero, passageiro, fugaz ..., o que nos leva à um paralelo com a alegação de Bauman (2001) de que vivemos tempos líquidos, onde parece que tudo tende ao inconsistente, ao transitório, ao indeterminado.
CAPITALISMO E DESARTICULAÇÃO PSICOSSOCIAL: CONTRIBUIÇÕES AO DEBATE.
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DOI: 10.22533/at.ed.4572204107
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Palavras-chave: Capitalismo; Desarticulação Psicossocial; Anselm Jappe.
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Keywords: Capitalism; Psychosocial Disarticulation; Anselm Jappe.
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Abstract:
The present work proposal is based on the teaching experience of the authors, and on the use of the classroom as a privileged space for observing the dynamics of society. We start from the perspective that the dynamics, often subtle, that take place in the classrooms, can be used as indicative of current social transformations or those in gestation. That is, the classroom functions as a reflection of society, so that what happens in the classroom is consistent with what happens in the wider society. In this way, we will seek to defend the thesis that there has been a considerable change in the perception of reality among young people in the last two decades, resulting from a complex mechanism, whose core we could call “derealization” (JAPPE, 2013), which operates strongly in the early years. of the 21st century. Thus, considering the classroom as a field of interaction/observation, we want to sustain the perspective that it reflects a change in the perception of reality and historical time on the part of the new generations. Lipovetsky (1989) states that each historical time in the trajectory of humanity can be characterized from a perceptive model of reality, defending the point of view that the current historical moment has this ephemeral, fleeting, fleeting mark..., which leads us to a parallel with Bauman's (2001) claim that we live in liquid times, where it seems that everything tends to be inconsistent, transitory, indeterminate.
- Everton Marcos Batistela
- Airton Carlos Batistela
- Celso Eduardo Pereira Ramos
- Manoel Adir Kischener
- Mariza Rotta