Este estudo analisa os impactos socioambientais da expansão da sojicultura no Cerrado maranhense, com enfoque no município de Chapadinha (MA), situado na região do MATOPIBA (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia). A pesquisa evidencia as contradições entre o desenvolvimento econômico impulsionado pelo agronegócio e os graves problemas ambientais e sociais decorrentes deste modelo. Os dados revelam que a produção de soja no MATOPIBA aumentou 153% entre 1990 e 2018, enquanto o desmatamento no Cerrado atingiu médias de 5.000 km²/ano, com picos alarmantes em 2004 (28.766 km²) e 2023 (2.927 km² somente no Maranhão). O trabalho destaca como o uso intensivo de agrotóxicos - cerca de 720 mil toneladas anuais no Brasil - tem contaminado recursos hídricos e afetado comunidades tradicionais, exemplificado por casos como o da Resex Chapada Limpa e o incidente da "chuva de agrotóxicos" no Povoado Araçá em 2021. A análise critica a insuficiência da legislação vigente, em especial a Lei 7.802/1989, para conter os danos socioambientais. Fundamentado em abordagem dialética e dados geoespaciais, o estudo conclui que o atual modelo de desenvolvimento, embora economicamente vantajoso, mostra-se ecologicamente insustentável e socialmente excludente, demandando urgentes políticas públicas que conciliem produção agrícola, conservação ambiental e direitos territoriais das populações locais.