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CANALIZAÇÕES E TRANSFORMAÇÕES HIDROGEOMORFOLÓGICAS: Desafio e Consequências

As canalizações de rios e ribeirões, prática comum em muitas cidades, têm impactos significativos, especialmente quando realizadas de forma excessiva e descontrolada. Em Belo Horizonte, por exemplo, cerca de 208 quilômetros de córregos e ribeirões estão canalizados ou revestidos, o que representa uma intervenção profunda no ambiente natural. Essas modificações foram motivadas pelo rápido crescimento urbano desordenado na década de 1960, quando a infraestrutura da cidade não acompanhava a expansão populacional, resultando em problemas sérios de saneamento e enchentes recorrentes. Historicamente, as canalizações foram vistas como soluções rápidas para controlar as inundações e melhorar a estética urbana, sem considerar as consequências ambientais a longo prazo. A população apoiava essas medidas para mitigar os impactos das enchentes, que frequentemente paralisavam a cidade e prejudicavam a livre locomoção, direito garantido pela Constituição Federal do Brasil. No entanto, a canalização exacerbada trouxe problemas adicionais. Além de alterar irreversivelmente os cursos d'água naturais, a prática diminuiu a capacidade de absorção natural das águas pluviais, exacerbando as enchentes em determinadas áreas. A remoção da vegetação ribeirinha e a impermeabilização do solo também contribuíram para o aumento da velocidade do escoamento da água, intensificando os picos de cheia. A resistência e indignação da população, especialmente das comunidades marginalizadas, foram ignoradas durante o processo de desapropriação e canalização dos rios. As críticas se concentraram no impacto ambiental e na perda de espaços naturais, como árvores e áreas verdes, essenciais para a qualidade de vida urbana. As canalizações em Belo Horizonte ilustram como intervenções urbanísticas bem-intencionadas podem ter impactos adversos significativos, evidenciando a necessidade de abordagens mais equilibradas e sustentáveis na gestão dos recursos hídricos urbanos e na proteção dos ecossistemas naturais
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CANALIZAÇÕES E TRANSFORMAÇÕES HIDROGEOMORFOLÓGICAS: Desafio e Consequências

  • DOI: https://doi.org/10.22533/at.ed.6952430089

  • Palavras-chave: Contexto Histórico, Canalizações, Belo Horizonte/MG, Uberlândia/MG, Catalão/GO

  • Keywords: Historical Context, Channelizations, Belo Horizonte/MG, Uberlândia/MG, Catalão/GO

  • Abstract: The channeling of rivers and streams, a common practice in many cities, has significant impacts, especially when done excessively and without control. In Belo Horizonte, for example, approximately 208 kilometers of streams and creeks are channelized or lined, representing a profound intervention in the natural environment. These modifications were prompted by the rapid and disorderly urban growth in the 1960s when the city's infrastructure did not keep pace with population expansion, resulting in serious sanitation issues and recurrent floods. Historically, channeling was seen as a quick solution to control floods and improve urban aesthetics, without considering the long-term environmental consequences. The population supported these measures to mitigate the impacts of floods, which often paralyzed the city and hindered free movement, a right guaranteed by the Brazilian Federal Constitution. However, excessive channeling brought additional problems. Besides irreversibly altering natural watercourses, it reduced the natural absorption capacity of rainwater, exacerbating floods in certain areas. The removal of riparian vegetation and soil sealing also contributed to increased water runoff speeds, intensifying flood peaks. The resistance and indignation of the population, especially from marginalized communities, were disregarded during the expropriation and channeling process of rivers. Criticisms focused on the environmental impact and the loss of natural spaces such as trees and green areas, essential for urban quality of life. The channeling in Belo Horizonte illustrates how well-intentioned urban interventions can have significant adverse impacts, highlighting the need for more balanced and sustainable approaches in managing urban water resources and protecting natural ecosystems.

  • Isadora Maria Vital Caldeira
  • Kárcia Rangelli de Souza
  • Thiago Henrique Coelho Barbosa
  • Mayana de Souza Ferreira
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