BRANQUITUDE NO CURRÍCULO ESCOLAR: A NECESSIDADE DE DESNEUTRALIZAR O BRANCO
Este artigo objetiva discutir os
modos pelos quais o currículo escolar é um
dispositivo de poder na construção de uma
identidade branca, compreendida aqui como
branquitude. Analisaremos como, por meio de
diversas práticas discursivas o branco é tomado
como um referencial “neutro”, sendo tratado
como um parâmetro para os diferentes grupos
sociais. Essa identidade branca promove para
os sujeitos assim identificados uma série de
privilégios, que acaba por excluir os grupos
que não são identificados por tal categoria,
considerando-os como desviantes e estranhos,
denominados de “outros”. Nesta posição de
falsa neutralidade e universalidade, os brancos
se permitem analisar, sem ser analisados.
Estas construções geram privilégios em
vários campos e situações, tendo o campo da
educação escolar como foco neste trabalho. Os
autores, brancos, buscam traçar um esboço do
processo de construção da branquitude a partir
de referências do campo dos Estudos Críticos
da Branquitude e dos Estudos Culturais, como
Liv Sovik, Edith Piza, Lourenço Cardoso, Ruth
Frankenberg, além de autores que pensam o
currículo como Tomaz Tadeu da Silva, Henry
Giroux e José Gimeno Sacristán. A partir de
pesquisa bibliográfica pretende-se evidenciar
como a hegemonia branca é perpetuada pelo
currículo eurocêntrico, branco, masculino,
burguês, judaico-cristão, heteronormativo e
propor como a desnaturalização deste pode
conduzir a uma prática escolar antirracista.
BRANQUITUDE NO CURRÍCULO ESCOLAR: A NECESSIDADE DE DESNEUTRALIZAR O BRANCO
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DOI: 10.22533/at.ed.27620130230
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Palavras-chave: Branquitude. Educação. Identidade. Currículo Escolar.
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Keywords: Whiteness. Education. Identity. School Curriculum.
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Abstract:
This article aims to discuss which
ways the school curriculum is a power device in
the construction of a white identity, understood
here as whiteness. We will analyze how, by
means of various discursive practices, white is
taken as a “neutral” referential, being treated as
a parameter for the different social groups. This
white identity promotes for the subjects thus
identified a series of privileges, which ends up
excluding groups that are not identified by this category, considering them as deviant
and strangers, called “others”. In this position of false neutrality and universality,
white people allow themselves to analyze, without be analyzed. These constructions
generate privileges in various fields and situations, with the field of school education as
the focus in this work. The authors, whites, seek to draw a sketch of the construction
process of whiteness from the field of Critical Whiteness Studies and Cultural studies,
the Liv Sovik, Edith Piza, Lawrence Carey, Ruth Frankenberg, besides author who think
about School Curriculum as Tomaz Tadeu da Silva, Henry Giroux and José Gimeno
Sacristán. From bibliographical research aims to show how the white hegemony is
perpetuated by the Eurocentric, white, male, bourgeois, Judeo-Christian, straightnormative curriculum and suggest how the denaturalization of this curriculum can lead
to an antiracist educational practice.
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Número de páginas: 15
- Thamara Parteka
- Higor Antonio da Cunha