Bissexualidade e gênero: invisibilidades vivíveis
O presente trabalho se trata de um
recorte de gênero realizado em uma pesquisa
de Iniciação Científica, com financiamento
da Fundação Araucária, sobre a invisibilidade
da bissexualidade nos artigos científicos
publicados em três plataformas científicas:
portal CAPES, SCIELO e Biblioteca Virtual
de Saúde (BVS). Num total de 384 artigos
encontrados com o uso das palavras-chave
bissexualidade, bissexualidade e psicologia,
bissexual, bissexual e psicologia, 76 foram
selecionados para uma segunda análise mais
aprofundada sobre como estão sendo feitos os
discursos científicos sobre a bissexualidade.
Dentro deste total de 76 artigos, apenas 9 se
referiam especificamente ao gênero feminino.
Na leitura e análise dos artigos percebeu-se
que quando se fala de práticas dissidentes
entre mulheres a discussão se remete a um
caráter de desvio, dentro da teoria freudiana
e lacaniana, na qual é procurada uma gênese
da homo/bissexualidade e é reconhecida que
a relação com a mãe será decisiva para os
futuros relacionamentos amorosos da menina. A
invisibilidade do gênero feminino não se remete
apenas a quantidade de artigos publicados,
mas igualmente a sobre o que se fala.
Enquanto publicações falam sobre as vivências
de homens em uma realidade heteronormativa,
suas dificuldades e formas de lidar com o
preconceito, as ligadas ao gênero feminino
focam no caráter biológico e nas doenças que
a bissexualidade supostamente traz para essas
mulheres. Não há legitimidade para mulheres
que não seguem o padrão heterossexual,
consequentemente as publicações invisibilizam
e enquadram vivências femininas em caráter
médico científico e teórico restritivo.
Bissexualidade e gênero: invisibilidades vivíveis
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DOI: 10.22533/at.ed.5971903
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Palavras-chave: Psicologia. Gêneros. Bissexualidade
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Keywords: atena
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Abstract:
ATENA
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Número de páginas: 15
- Danielle Jardim Barreto
- Claudio Leão de Almeida Junior
- Fernanda Gracielle Aguiar Zonta