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BIOMARCADORES GENÉTICOS NO DIAGNÓSTICO PRECOCE DA PRÉ-ECLÂMPSIA: DESAFIOS E PERSPECTIVAS

A pré-eclâmpsia é uma síndrome multifatorial e exclusiva da gestação, caracterizada pelo aparecimento de hipertensão arterial após a 20ª semana, associada à proteinúria ou disfunção de órgãos-alvo. Representa uma das principais causas de morbimortalidade materno-fetal, com complicações como eclâmpsia, síndrome HELLP e restrição do crescimento fetal. Sua etiopatogênese envolve falha na remodelação das artérias espirais uterinas, resultando em hipóxia placentária, estresse oxidativo e disfunção endotelial sistêmica, com ativação imunológica exacerbada e alterações epigenéticas. Fatores genéticos também contribuem, sendo observada predisposição familiar e hereditariedade multifatorial. Nesse contexto, cresce o interesse por biomarcadores genéticos capazes de identificar precocemente gestantes de risco. Entre os mais estudados destacam-se o VEGF-A, essencial à angiogênese placentária; o sFlt-1, que antagoniza o VEGF e se eleva antes dos sinais clínicos; o PlGF, reduzido nos casos graves; a PAPP-A, cuja baixa concentração no primeiro trimestre prediz formas precoces; a ADAM-12, associada à invasão trofoblástica; e o PP-13, envolvido na tolerância imunológica e remodelação vascular. Polimorfismos nesses genes e a regulação por microRNAs e mecanismos epigenéticos influenciam a expressão dessas proteínas. Apesar de promissores, tais marcadores ainda não são recomendados rotineiramente pela FEBRASGO ou OMS, pois a predição da doença baseia-se sobretudo na história clínica. As técnicas de detecção incluem PCR, RFLP, SNPs e estudos genômicos amplos (GWAS), que permitem identificar variantes e calcular pontuações de risco poligênico. Contudo, a heterogeneidade clínica da doença e a falta de padronização limitam o uso clínico. Em conclusão, este capítulo propôs-se a revisar os principais biomarcadores genéticos associados à pré-eclâmpsia e suas implicações fisiopatológicas, evidenciando que, embora o avanço no entendimento molecular da doença seja significativo, ainda são necessários estudos populacionais amplos e validação clínica para que esses marcadores possam ser incorporados de forma efetiva ao rastreamento e manejo da pré-eclâmpsia.
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BIOMARCADORES GENÉTICOS NO DIAGNÓSTICO PRECOCE DA PRÉ-ECLÂMPSIA: DESAFIOS E PERSPECTIVAS

  • DOI: https://doi.org/10.22533/at.ed.1612516102

  • Palavras-chave: Genotipagem; Biomarcadores; Pré-eclâmpsia; Diagnóstico precoce.

  • Keywords: Genotyping; Biomarkers; Preeclampsia; Early diagnosis.

  • Abstract: Preeclampsia is a multifactorial syndrome exclusive to pregnancy, characterized by the onset of arterial hypertension after the 20th week, associated with proteinuria or target-organ dysfunction. It represents one of the leading causes of maternal-fetal morbidity and mortality, with complications such as eclampsia, HELLP syndrome, and fetal growth restriction. Its etiopathogenesis involves a failure in the remodeling of uterine spiral arteries, resulting in placental hypoxia, oxidative stress, and systemic endothelial dysfunction, accompanied by exaggerated immune activation and epigenetic alterations. Genetic factors also contribute, with evidence of familial predisposition and multifactorial inheritance. In this context, there is growing interest in genetic biomarkers capable of early identification of at-risk pregnant women. Among the most studied are VEGF-A, essential for placental angiogenesis; sFlt-1, which antagonizes VEGF and rises before clinical signs appear; PlGF, reduced in severe cases; PAPP-A, whose low first-trimester concentration predicts early-onset forms; ADAM-12, associated with trophoblastic invasion; and PP-13, involved in immune tolerance and vascular remodeling. Polymorphisms in these genes, as well as regulation by microRNAs and epigenetic mechanisms, influence the expression of these proteins. Despite their promise, such markers are not yet routinely recommended by FEBRASGO or the WHO, as disease prediction remains largely based on clinical history. Detection techniques include PCR, RFLP, SNP analysis, and genome-wide association studies (GWAS), which allow identification of variants and calculation of polygenic risk scores. However, clinical heterogeneity and lack of standardization limit their clinical use. In conclusion, this chapter aimed to review the main genetic biomarkers associated with preeclampsia and their pathophysiological implications, highlighting that although molecular understanding of the disease has advanced considerably, large population-based studies and clinical validation are still required before these markers can be effectively incorporated into preeclampsia screening and management.

  • Aridênio Dayvid da Silva
  • Álisson Araujo Gomes
  • Gisele Meireles Silveira
  • Priscila Alcântara de Brito
  • Adrissia Jeovana Almeida Pereira dos Santos
  • Letícia de Fátima Oliveira de Sousa
  • Geane Sales Bezerra
  • Túlio Augusto Nogueira Colares
  • Louhanna Pinheiro Rodrigues Teixeira
  • José Juvenal Linhares
  • Anderson Weiny Barbalho Silva
  • Gelton Fonteles
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